Tempo de Escrita

"Mundo cruel tanta vez, tanta vez se repetindo, gente em barcaças, morrendo no Mediterrâneo. Gente inocente morrendo à fúria das armas. Gente na Grécia, em perigo de falta de subsistência, África tumultuosa. Daí o título deste livro “Noite dos Tempos”, destes tempos que vivemos.

Quem conhece algo da minha escrita sabe que muitas vezes sou intimista. Esse intimismo dá-me oportunidade de referir a amizade, ou o silêncio, ou o amor pelo semelhante. Fica para o leitor, a tarefa de encontrar a vida que resiste, em cada poema, também a presença do mar inevitável e profunda, o litoral, o verde, o murmúrio."

GESTOS DE SOMBRA E CLARIDADE

"E assim os poemas que faço, são parte da minha respiração.
São parte de um trajeto que já fiz e agora relembro; a dúvida, a interferência da sombra e também gestos de claridade. A promessa de ser autêntico este trabalho, a expressão, a água e cântaro de barro."

LUA, TEMPO DE ESCRITA

"E referindo a Lua ou o vento, vou, por trilhos do pensamento até à corça ferida. As árvores não mexem, uma construção apela a várias cores, corredores espessos com brisa correndo, com brisa exalando perfume. Penso que em algo disto caberá esta obra."