Torres Vedras

Grande rota das linhas de Torres

01.03.2012

Forte do Paço

Nesta edição damos as boas vindas à primavera. Convidamo-lo a sair de casa, apreciar um passeio ao ar-livre e a percorrer caminhos que trilharam a nossa história e identidade. Estes meses, entre na linha!

Um pouco de História

Entre 1807 e 1809 viveu-se em Portugal um clima de medo causado pela ameaça de uma nova invasão francesa. Era imperativo organizar a defesa do apis e neste contexto, a 20 de outubro de 1809, um Memorando dirigido a Fletcher ordenava que se efetuasse um reconhecimento do terreno e a fortificação dos pontos mais convenientes e defensáveis.

Assim surgem as Linhas de Torres Vedras, um conjunto de fortificações cuja construção colocou a natureza ao serviço da estratégia militar, criando um sistema eficaz de defesa a Norte de Lisboa.

A Grande Rota das Linhas de Torres (percurso pedestre)

O troço concelhio de Torres Vedras da Grande Rota das Linhas de Torres que o convidamos a percorrer, no seu ritmo, tem uma extensão de 112 quilómetros, é formado por dois troços circulares e permite aos caminhantes conhecer as principais edificações deste sistema defensivo, assim como os recursos naturais e culturais do concelho. Pode percorrer toda a rota, se assim desejar.

Mas nesta edição vamos fazer apenas um percurso que tem início no Forte de S. Vicente.

29 quilómetros do Forte de São Vicente à Serra do Socorro

Vamos partir do Forte de São Vicente que permite uma visão privilegiada sobre varias localidades, montes e vales… muito além das fronteiras do concelho. O Forte de São Vicente, de forma poligonal, é formado por 3 redutos e possui inúmeros ângulos que permitiam aos canhões cruzar fogo, cobrindo-se todo o terreno circundante. Este forte é um dos mais importantes de todo o sistema defensivo e possui um interessante conjunto de fossos, trincheiras, traveses e canhoneiras, mantendo a mesma disposição que possuía em 1810. Existe ainda, num dos redutos, a Capela de São Vicente que dá o nome ao forte. Esta é de fundação medieval e foi integrada no conjunto das estruturas militares.

Saindo do Forte de São Vicente, em direção à cidade de Torres Vedras, a 50 metros pode optar por seguir para o centro da cidade na direção do Castelo, ou na direção do Forte da Ordasqueira que o levará à Serra do Socorro. Faça-se ao caminho e opte pela direção do Forte da Ordasqueira: desça em direção ao Choupal, atravesse o Bairro Arenes, entrando em paisagem rural na direção do Forte da Ordasqueira.

Da Ordasqueira siga para Matacães. Aqui, siga em direção ao monte que se eleva sobre Matacães e Monte Redondo, percorra toda a cumeada e desça à Ribeira, antes de iniciar a subida à Serra de S. Julião. Ao chegar ao topo da Serra encontra o PR 6 – Rota da Luz. Retome o percurso, e siga em direção ao CAS Runa, edifício setecentista que impressiona pela sua grandeza e elegância. As obras iniciaram-se em 1792 e a inauguração aconteceu a 25 de julho de 1827, dia em que a sua fundadora, Princesa Maria Francisca Benedita, completou o seu 81.º aniversário.

Passe junto ao Penedo, desça depois para Runa, cruze a estrada, suba para o Figueiredo e passe pela Fonte do Portão que tem água todo o ano.

Siga pelo meio da localidade de Figueiredo em direção a uma cumeada, onde, para além do moderno parque eólico, é possível ver um troço muito bem preservado de Caminho Militar, bem como três Fortes: Forte do Cátefica, Forte da Feiteira e Forte da Archeira.

Depois do Forte da Archeira desça para o Furadouro, suba depois a Serra do Monte Deixo, por um caminho onde ainda são visíveis troços do antigo empedrado do Caminho Militar.

Após descer da Serra passe junto ao inicio do troço de ligação com a Rota de Sobral de Monte Agraço e inicie a íngreme subida à Serra do Socorro onde se situava um Posto de Sinais, que fazia parte de um sistema de comunicações, para a transmissão de ordens e informações.

Chegámos ao final do nosso roteiro… poderá fazê-lo num dia, num fim de semana, ou faça-o ao seu ritmo. Traçámos apenas uma linha principal mas há muito para ver! Em cada local há recantos cheios de história e paisagens deslumbrantes. Desfrute!

 

Linhas de Torres Vedras em números

  • 3 linhas defensivas
  • 152 redutos
  • 600 peças de artilharia
  • cerca de 140 mil soldados [portugueses, britânicos e espanhóis]
  • 88 Kms de extensão

 

O Sistema de Comunicações utilizado

  • Baseava-se num sistema de utilização de telegrafia ótica por meio de balões.
  • Bastavam apenas 7 minutos para que os 152 redutos das Linhas de Torres recebessem ordens.

 

Sabia que?

  • “Ir para o maneta” é uma expressão associada a um general do exército francês, de nome Laison, que perdera um braço em batalha anterior e que, em Portugal, se revelou um homem de extrema malvadez?

 

Informações

Informações sobre a Grande Rota das Linhas de Torres Vedras em www.cm-tvedras.pt 

Última atualização: 27.09.2019 - 18:13 horas
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