Torres Vedras

Marília Santos

27.05.2019

A Oeste Infantil, a grande festa onde os mais pequenos podem brincar num mundo totalmente criado à sua medida, começa esta terça-feira.

No ano em que a Oeste Infantil celebra 30 edições, a comunidade educativa partilhou a sua visão sobre a Grande Festa da Criança.

Nesta entrevista falámos com Marília Santos, educadora de infância do Centro Educativo de Outeiro da Cabeça, do Agrupamento de Escolas Henriques Nogueira.

Como é que um educador vive a Oeste Infantil?

Vive de uma forma muito intensa. É um momento onde encontramos outras educadoras, outros profissionais. E também onde podemos pensar uma maneira de dar algum divertimento, conhecimento pedagógico e alegria às crianças do Concelho e não só.

 

Qual é a importância da Oeste Infantil para a comunidade escolar?

A importância é bastante elevada, tendo em conta que não há momentos de partilha entre os agrupamentos, se não esse. Portanto, esse momento é um momento de partilha entre vários os agrupamentos, entre IPSS's, entre particulares, entre profissionais, no fundo, que todos eles estão a lutar pelo mesmo.  

 

Como começou o seu envolvimento com a Oeste Infantil?

Há alguns anos éramos "meia dúzia" de educadoras no Concelho, nem sequer agrupamentos existiam. Éramos "meia dúzia" de jardins de infância que nos juntávamos e fazíamos muita coisa. Em carolice fui-me envolvendo e tive parceiras, colegas, educadoras, que alinharam e fomos  fazendo por carolice. Fomos estando. Vivi várias as fases dentro da Oeste Infantil que me fizeram crescer.

 

Viveu algum episódio que a tivesse marcado?

Vários episódios. Mas vamos reviver este ano o "hospital" e dos episódios mais engraçados que nos aconteceu foi quando montámos o "hospital", há 15 anos. Nós fazíamos gessos, talas, ligaduras. Então tivemos um aluno que foi ao nosso stand, fez um gesso "fingido" no braço e uma ligadura e quando chegou ao autocarro a professora perguntou “Oh, onde é que foste?" [Ele respondeu] “Ao hospital”. “O quê? E não me chamaste?” E ele respondeu “não”. “Ai! E agora? Como é que eu vou justificar à tua mãe?” E nisto começam todos a rir.

 

De que forma o Agrupamento de Escolas Henriques Nogueira participa na Oeste Infantil?

Nós costumamos começar a organizar alguns meses antes. Costumamos dizer que no Natal organizamos o Carnaval e no Carnaval organizamos a Oeste, mais ou menos, é por aí. Juntamo-nos, decidimos qual é o tema e a partir daí começamos a dividir por escolas. Cada escola vai ficando com algumas coisas para ir fazendo, estruturamos o máximo antes de ir para o terreno e no terreno depois acaba por ser só a montagem e, claro, aquelas últimas ideias que nos chegam.

 

Qual é o impacto da Oeste Infantil na comunidade escolar?

Para eles a Oeste é um momento muito divertido e muitos estão à espera, porque não têm outras oportunidades de sair. As crianças, sobretudo as nossas, de aldeia, não saem como os outros saem. E é ali que têm um momento para diversões, para irem para um escorrega diferente, para um insuflável diferente, para fazerem um treino de atividade física diferente. É ali. Eu penso que [a Oeste Infantil] é uma mais-valia e não se pode deixar cair, porque às vezes é a única oportunidade que eles têm ao longo do ano letivo - e civil, para muitos - de poderem ter uma brincadeira diferente.

 

Qual a principal mensagem que deve ser transmitida às crianças?

Uma mensagem que tem de ser pedagógica, temos de ter sempre uma base pedagógica e muito cuidado para que as coisas estejam documentadas pedagogicamente, de maneira a que também possamos responder aos profissionais e não só às crianças. Mas também a diversão, o sentir que vai a um sitio e socializa com os outros, o "saber estar" com os outros que não são daquela escola mas que fazem grupo para entrar e saber que têm de os respeitar. Para mim o mais importante é eles estarem num meio em que aprendem, mas em que aprendem divertindo-se.

 

Como vê a Oeste Infantil no futuro?

Eu vejo o futuro balançando entre uma parte de oferta aos profissionais e a parte do certame, que eu penso que poderá continuar nestes moldes. Nunca gostaria de ouvir dizer “a Oeste Infantil deixou de existir.” Gostaria que continuássemos a estar, mas para isso também é preciso um trabalho com os outros agrupamentos, com as outras IPSS's, com os particulares, e tentar perceber o que de bom se pode tirar dali.

Publicado: 29.05.2019 - 14:57 horas
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