Comissão Social da freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães
20.03.2023
A Comissão Social da freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães é composta por 57 entidades deste território, como serviços públicos, escolas, Instituições Particulares de Solidariedade Social, associações e empresas. Neste momento, a presidência do Grupo Executivo é assegurada pela Junta de Freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães.
Esta é uma das três Comissões Sociais da Rede Social de Torres Vedras que contribuem para que os problemas sejam resolvidos em proximidade com as populações.
Assumindo-se como órgãos dinamizadores do desenvolvimento social local e da erradicação da pobreza e exclusão social, os seus objetivos passam por incentivar redes de apoio local, promover a articulação entre entidades, desenvolver estratégias de intervenção articuladas e fortalecer as relações de parceria e cooperação.
Neste artigo, conheça os testemunhos de cinco membros da Comissão Social de freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães.
David Lopes | Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães
“Aderimos à Rede Social em 2003 (…) O nosso contributo é total. Temos a perspetiva que só assim faz sentido, porque somos aquela entidade que pode estar mais perto e ter a capacidade de resolver alguns problemas que vão surgindo (…)
Desde 2012 que estamos ligados à Comissão Social aqui da freguesia. Pensamos que temos de ter um papel impulsionador e de líder, de fazer as entidades andarem connosco e ajudarem-nos. Não só nos nossos projetos, mas naqueles projetos que são comuns a todos no território. Considero que isso é fundamental nos tempos que correm, quando os próximos anos vão ser complicados a nível social.
O nosso papel é muito presente. Posso dar como exemplo o POAPMC [Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas], em que atribuímos apoio alimentar a carenciados. No momento, já temos mais de 1.000 utentes inscritos e o nosso contrato é para 512. Isso dá para nós percebermos o importante contributo que podemos dar nalgumas áreas.
Estou também a olhar para o nosso plano de ação da Comissão Social, onde temos algumas atividades: algumas mais simples que já vêm de há muito tempo, como as hortas comunitárias, e outras que são uma alavanca e algo estratégicas para nós, como a criação de uma loja e mercearia social entre todas as entidades da Comissão Social.”
Elisa Valentim | Presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Torres Vedras
“Toda a envolvência, todo o conhecimento e o número de parceiros envolvidos na Rede Social traz grandes contributos à CPCJ. A rede permite-nos uma maior proximidade com os parceiros que nos podem apoiar no trabalho do dia a dia. Não há nada melhor para trabalhar do que conhecermos as pessoas.
Também é importante a nossa colaboração com as comissões sociais. Claro que queremos dar o maior contributo possível. O trabalho que está a ser feito e as ideias do plano de ação são muito importantes (…) Destaco, sem dúvida, a criação da loja social, que é extremamente importante e é uma pena que ainda não tenha existido. Acho que um dos principais objetivos é que esta loja seja mais adequada e dê dignidade a quem necessita de ser apoiado (…)
O trabalho que vem pela frente é muito grande. Perspetiva-se um ano de 2023 muito difícil e se tivermos parcerias para podermos apoiar as nossas famílias, obviamente que será muito melhor.”
Rodrigo Marques | Unidade de Saúde Pública do ACES Oeste Sul
“O nosso papel é a vigilância da saúde e bem-estar dos cidadãos e a participação na promoção da saúde. A nossa forma de ver a saúde é sempre uma perspetiva comunitária e esta integração na Rede Social é um privilégio, porque permite-nos estar em contacto, no fundo, com todas as áreas da sociedade.
Um contacto muito próximo é a grande potencialidade da Comissão Social de freguesia e da Rede Social de Torres Vedras. É uma ferramenta muito poderosa, seja de identificação de problemas, de trabalho conjunto ou de articulação entre as entidades.
No fundo, acabamos por funcionar como um grupo unificado, quase não há aquela separação entre quem atua na área do desporto, da saúde, social ou cultural. As pessoas vêm-se todas a trabalhar para um propósito único, que é melhorar as condições de vida da comunidade (…)
Acho que vamos ter desafios muito difíceis nos próximos tempos. O que nos pode ajudar é esta coesão que existe na Comissão e na Rede Social.”
Filipa Correia | ESCO – Escola de Serviços e Comércio do Oeste
“O principal espírito deste trabalho é a cooperação entre as entidades. Normalmente quando a ESCO é desafiada para projetos, qualquer coisa que possa fazer sentido naquilo que é a nossa área de atuação, colaboramos e estamos disponíveis para trazer a escola para a comunidade e a comunidade para dentro da escola. Achamos sempre que é importante este trabalho cooperativo entre as entidades.
O balanço é super positivo. As relações entre as entidades tornam-se muito mais informais, no sentido bom do termo. Portanto há um trabalho de maior proximidade.
Quando falamos de trabalho social falamos de algumas dificuldades, em que todas as entidades fazem magia com poucos recursos, todos os dias. E, portanto, quanto mais cooperação tivermos entre entidades, melhor é o trabalho e o serviço que prestamos às pessoas que dele precisam.
Por exemplo, agora tivemos um projeto com o Centro de Saúde, em que os nossos alunos fizeram coisas para o Centro de Saúde e o Centro de Saúde fez coisas para nós. Mas não destacaria nenhum projeto, porque todos são importantes.”
Nuno Pereira | Chefe Adjunto da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Torres Vedras
“Quando detetamos uma situação, vamos conseguir ajudar ou encaminhar a pessoa ou família na direção correta. O facto de estarmos integrados na Comissão, o trabalho de equipa, facilita. Eu acho que é uma mais-valia. Aqui conseguimos partilhar muitas experiências. Basicamente, é o conhecimento e a partilha do mesmo, em prol sempre do munícipe e da sociedade.
A PSP está no terreno (…) Quando identificamos o problema, ele geralmente tem a ver com idosos ou com crianças. O que é que nós fazemos? Identificamos o problema. A parte que está relacionada com a segurança, se conseguirmos resolver, resolvemos – e temos conseguido até agora – e tudo o que tem a ver com a parte social é encaminhada para as instituições de direito. O nosso papel passa por aí (…)
Esta comissão está agora em fase de arranque. Acho que está bem encaminhada, vai ter resultados muito positivos. Vamos passar por algumas dificuldades e temos de encontrar soluções para elas. E a comissão é mais um suporte que vai haver na sociedade para combater esse tipo de dificuldades, sejam elas quais forem.
Da parte da PSP, estamos aqui para ajudar, para colaborar dentro daquilo que é a nossa competência. E podem contar sempre connosco.”