Torres Vedras

Torres Vedras - A História do Nome

01.03.2011

Castelo de Torres Vedras no séc XIX

Desde o século II a.C., Torres Vedras conheceu uma ocupação humana, tendo sido identificada por autores antigos com Arandis, topónimo que a Geografia de Ptolomeu e o Itinerário de Antonino situam no Alentejo. Apesar do primitivo nome do lugar se encontrar envolto em mistério, é provável a sua identificação com o oppidum (praça fortificada) Chretina, que Ptolomeu localiza a cerca de 50Km a norte de Olisipo (Lisboa). Uma aglomeração secundária que mereceu a atenção do geógrafo alexandrino talvez pela sua importância viária com a categoria de mansio (albergue), uma vez que se encontrava no limite de uma jornada.

Independentemente do seu primitivo nome, a Idade Média conheceu o nome Torres Vedras testemunhado, porém, na forma latinizada turres veteras, uma referência a fortificações locais arruinadas, torres velhas, porque antigas, cuja construção remonta provavelmente ao período romano ou a época posterior, tratando-se, neste caso, de hisn (sítio fortificado). Sabemos que turris era a palavra usada no Império Romano como sinónimo de villa, mas não se atribuía a uma povoação. Os textos árabes, por seu lado, silenciaram Torres Vedras, bem como todo o espaço entre Lisboa-Sintra e Coimbra, conhecendo-se o nome latino apenas a partir dos textos cristãos, depois do domínio da região estremenha por D. Afonso Henriques.

Deste modo, Torres derivou de Turres, assim como Vedras de veteras, forma alternante de vetulus (velho), resultado da evolução do adjetivo latino vetus - veteris, no acusativo feminino do plural.

Carlos Guardado da Silva

Última atualização: 13.08.2019 - 15:16 horas
voltar ao topo ↑