Aproveitemos estes últimos dias amenos de setembro e outubro para fazer uma caminhada e percorrer caminhos que nos conduzem por alguns dos cenários mais bonitos do nosso concelho. Convidamo-lo a passear pela freguesia  de Carmões.

Siga-nos os “passos” e venha saber porque há imagens cuja essência não se consegue traduzir por palavras. O nosso mapa será o do PR 7 – Rota das Quintas, inaugurado em novembro de 2012 e que já conquistou muitos amantes da natureza.

Sobre Carmões

Carmões  é a segunda freguesia mais pequena do concelho de Torres Vedras, a mais afastada da sede concelhia, da qual dista cerca de 16 kms, e localiza-se  na parte sudoeste do concelho. Com uma área de 6,88 Km2, esta freguesia é composta pelos lugares de São Domingos de Carmões, Carmões, Alfeiria, Setinheira, Carrasqueira, Corujeira, Sobrigal, Tojais, Freiria e Braçal. Além destes lugares, a freguesia possui várias quintas e casais que testemunham a existência de ilustres famílias na terra: como é o caso da família Botto Pimentel, antigos proprietários da Quinta de Carmões, a quem D. Afonso V concedeu uso de brasão, e da família Leal e Silva, proprietários da Quinta do Belo Jardim e da Quinta do Maia, que se destacaram pela quantidade e qualidade do que produziam na sua terra.

Tudo indica que o território ocupado pela freguesia tenha sido habitado desde remotas épocas, em data anterior à fundação da Nacionalidade. Conta-se que por aqui existiram fortificações castrejas, utilizadas para habitações pelos povos lusitanos. É provável que também tenha sido povoada na época da ocupação romana, apesar de não se terem encontrado vestígios de tal. Enquanto freguesia, Carmões é uma das mais antigas do Concelho de Torres Vedras, tendo sido fundada em meados do séc. XVI.

Já sabe mais sobre o terreno que vai pisar? Tempo agora de prepararmos a caminhada.

Prazeres da natureza

A vinha marca a maior parte da paisagem, rasgando-a em filas perfeitamente agrupadas, criando manchas ora verdes, ora grenás. As eólicas de freguesias vizinhas rodam sem parar, no topo dos montes que nos marcam o horizonte. Há quintas que se escondem por entre a vegetação, gente simpática que vem à janela testemunhar a nossa passagem e muitos pontos de beleza natural ímpar que merecem uma pausa para contemplação… Inspirados? Façamo-nos ao caminho!

O nosso percurso (PR 7 – Rota das Quintas) tem início na Junta da Freguesia de Carmões, seguindo depois em direção ao Braçal, passando por uma área caracterizada por ser essencialmente agrícola. A travessia da localidade do Braçal é feita pela Rua das Fontes, onde poderá matar a sede em alguma das fontes aí existentes. Se fizer um pequeno desvio poderá conhecer a Nova Capela do Braçal. À saída da localidade chegamos a uma subida mais ingreme que nos leva a uma cumeada, de onde é possível usufruir de uma vista espetacular e de um dos melhores ângulos de observação de S. Domingos.

Há quintas que se escondem por entre a vegetação, gente simpática que vem à janela testemunhar a nossa passagem e muitos pontos de beleza natural ímpar que merecem uma pausa para contemplação…

O percurso segue depois a descer, por caminhos agrícolas, passando pelas povoações de Maceira e Alfeiria, continuando até cruzar a EM 374. Temos pela frente uma subida, finda a qual seremos recompensados com mais uma vista arrebatadora, com destaque para a Serra de Montejunto ao longe. Nesta altura poderá optar por continuar o trajeto normal, ou seguir diretamente para Carmões, que dista 1,5 kms.

Começamos então a descer em direção às Carreiras, aproximando-nos do PR1 – Rota da Vinha e do Vinho. Seguimos depois em direção à Carrasqueira, onde é necessário mais um pequeno desvio para visitar a respetiva Capela.

A próxima localidade é a Corujeira, onde para além da Igreja é possível conhecer um dos 4 Calvários dos Paços existentes na freguesia.

Falta-nos só mais uma subida antes de chegarmos a Carmões, onde poderemos apreciar e visitar a Igreja Matriz, marcando assim o final do nosso percurso.

Se fizer este percurso ainda no mês de setembro irá, certamente, encontrar maior agitação nos campos. Embrenhe-se e desfrute porque até ao lavar dos cestos é vindima!

Andreia Correia