Castelo de Torres Vedras
01.11.2013
Razões históricas, monumentais e simbólicas, a que se junta a ampla perspetiva visual que permite sobre a cidade, o rio Sizando, e a paisagem envolvente, fazem do Castelo de Torres Vedras um conjunto patrimonial ímpar, de visita imprescindível. Nesta edição convidamo-lo a seguir os nossos “passos” pelo Castelo de Torres Vedras.
No limite norte da fértil e resguardada várzea de Torres Vedras, ergue-se a colina do castelo, em cujo sopé corre o leito do rio Sizandro. Os seus primeiros ocupantes ter-se-ão aqui estabelecido no início do 3.º milénio a.C, beneficiando das suas notáveis condições naturais de defesa e de abastecimento.
No limite norte da fértil e resguardada várzea de Torres Vedras, ergue-se a colina do castelo, em cujo sopé corre o leito do rio Sizandro.
Os romanos reforçaram a atalaia que os Túrdulos Velhos aqui terão implantado e nela deixaram inúmeros vestígios, destacando-se as cisternas e as lápides epigrafadas. Os Árabes fortaleceram a alcáçova, que viria a cair no domínio cristão após 1147.
Do castrelo medieval restam apenas os vestígios românicos da Igreja de Santa Maria, classificados como Monumento Nacional em 1910, e a cerca oval, reforçada por D. Manuel I, que defendia uma torre de menagem, demolida para dar lugar ao novo Palácio dos Alcaides, mandado construir cerca de 1519, pelo alcaide-mor D. João Soares de Alarcão.
Cercada durante dois meses pelo Mestre de Avis (1384-1385), a fortaleza desempenhou papel de relevo noutros acontecimentos nacionais: em 1589 foi pacificamente tomada pelo Prior do Crato, no seu caminho para a frustrada tentativa de conquistar a capital e o reino; em 1810 integrou as Linhas de Torres (reduto n.º 27 do 1.º Distrito); e, em 1846, foi palco da Batalha de Torres Vedras, no contexto da guerra civil da Patuleia.
O castelo encontra-se afeto à Câmara Municipal de Torres Vedras desde 1940, para efeitos de conservação e aformoseamento. Em 1957 foi classificado como Imóvel de Interesse Público.
O que pode ver/visitar no Castelo de Torres Vedras?
Cerca - muralha que envolve o recinto. Era rematada por ameias e circundada por um caminho de ronda.
Barbacã - muralha exterior e mais baixa do que a cerca, para reforço da defesa do castelo.
Cubelos - torres maciças, semicirculares, colocadas nos ângulos da muralha, para reforçarem a defesa da fortificação. O mais completo mantém os degraus de acesso.
Barbacã da Porta - muralha mais baixa do que a cerca, construída no início do séc. XVI para reforçar a defesa da entrada do castelo. Atestando o caráter régio da obra, o pórtico é encimado pelas armas reais, ladeado por duas esferas armilares – emblema de D: Manuel I-, em cada uma está gravada a expressão MORE (Manuel Orbis Rex Est), significando Manuel é rei do Mundo.
Igreja de Santa Maria - construída na segunda metade do século XII, a igreja ostenta os únicos vestígios da arte românica existentes no concelho, classificados como Monumento Nacional em 1910. No portal lateral encontra-se a inscrição funerária do mestre Mendo, certamente o arquiteto responsável pela construção da igreja, datada de 11 de outubro de 1208.
Torre do Relógio - contígua à torre da igreja, abriga o relógio do concelho, reparado em 1596. Apesar de ter caído sobre a igreja, com o terramoto de 1755, o mecanismo saiu ileso, tendo a torres sido reedificada entre 1763 e 1764.
Palácio dos Alcaides - mandado construir pelo alcaide-mor D. João Soares Alarcão, para sua residência (c.1516-1520), com autoria atribuída ao arquiteto régio Francisco de Arruda. Organizava-se em redor de um pátio com uma cisterna. No piso inferior localizavam-se as dependências da guarnição e demais áreas de serviço. No piso superior subsistem os janelões com conversadeiras, pertencentes aos aposentos nobres.
Baluarte / Miradouro - torreão de planta ultrassemicircular, único sobrevivente de dois exemplares construídos em ângulos opostos do palácio. Parcialmente destruído pelo terramoto de 1755, a reconstrução de 1947 viria a alterar-lhe a traça original. O interior ostenta um teto de abóbada nervurada e três bombardeiras.
Bateria de Artilharia - aquando da terceira invasão francesa foram instaladas, no palácio, plataformas para 5 canhões e, sobre a muralha nordeste, foram levantados parapeitos de faxina e terra, para abrigar mais seis peças, cobrindo os acessos aos fortes de S. Vicente e da Forca.
Centro de Interpretação do Castelo de Torres Vedras
O núcleo expositivo do castelo acolhe e presta informações aos visitantes, enquadrando-os na história do imóvel, nas suas características arquitetónicas e no seu património móvel. Interpreta e divulga informação sobre o conjunto edificado, com rigor científico, e expõe objetos representativos das suas distintas vivências históricas, com fins de educação e de motivação da visita, fornecendo ao público os instrumentos que lhe permitam explorar, interpretar e fruir autonomamente do monumento.
261 148 630 | castelo@cm-tvedras.pt
Coordenadas: N 39º5’37.94’’ | W9.º15’40.78’’
julho e agosto
3ª a domingo| 10h00-13h00|14h00-19h00
Entrada gratuita