Torres Vedras

Conteúdo do “Magalhães” removido por ordem do Ministério Público

19.02.2009

É Carnaval… mas alguém levou a mal!

Eram 12h26 de dia 19 de Fevereiro quando o Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras recebeu, por fax, a informação que era obrigado a “remover, até às 15h30, o conteúdo do computador Magalhães”, que constitui parte integrante do Monumento ao Carnaval, construído pela empresa Guliver e localizado na Praça da República, em Torres Vedras.

“Poderia ser uma brincadeira de Carnaval, mas não é!”. Foram estas as primeiras palavras do presidente da câmara municipal, Dr. Carlos Miguel, aos jornalistas convocados para uma conferência de imprensa marcada para as 15h00.

O edil torriense explicou que foi notificado para remover o conteúdo do computador Magalhães pois, de acordo com a lei, não se pode expor em praça pública objectos de conteúdo pornográfico. Acontece que, segundo o presidente da câmara, as imagens impressas e coladas no monitor do computador são representações de sites, imagens de nudez, mas em nada ofensivas à moral pública.

O Carnaval de Torres Vedras caracteriza-se sobretudo pela sua carga satírica, razão pela qual o presidente da câmara falou no primeiro acto de censura de uma forma de arte pública desde o 25 de Abril. Indignado com este facto, realçou “mal está uma sociedade quando não se consegue rir de si mesma e se os órgãos de soberania encaram desta forma o Carnaval de Torres, em que não ofendemos ninguém, algo está mal.”

Às 15h30 o edil cumpriu a ordem judicial explicando aos presentes que o “Magalhães” do Carnaval de Torres Vedras é um projecto de uma empresa local e obra assinada pelo artista, logo uma peça de arte efémera, mas ainda assim uma peça de arte.

Carlos Miguel referiu ainda que “respeitámos a ordem mas fazemos questão de torná-la pública, na certeza de que tudo faremos para não deixar cair o espírito crítico do Carnaval mais português de Portugal”.
Publicado: 22.04.2013 - 18:20 horas
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