Carina, Filomena, Mário e Danilo são quatro elementos da comunidade cigana torriense que exercem funções, desde janeiro, em serviços da Câmara Municipal de Torres Vedras, nomeadamente na área de espaços verdes e área de educação, ao abrigo da medida CEI+. A experiência de inserção profissional destes elementos tem sido extremamente positiva, com as chefias a salientar a grande disponibilidade, dedicação e vontade de aprender destes novos colaboradores realçando, também, que a integração nas equipas de trabalho se realizou de forma muito fácil e espontânea. Carina, Filomena, Mário e Danilo têm agora uma nova rotina que os faz sentir mais inseridos e participativos na sociedade, concretizando-se com sucesso a proposta de aumento da empregabilidade da comunidade cigana local, apresentada pelo Grupo de Ação Comunitária de Torres Vedras.

Esta iniciativa de integração de elementos da comunidade cigana no mercado laboral surge no âmbito do Projeto ROMED 2, promovido pelo Conselho da Europa e União Europeia, que o Município de Torres Vedras integra como parceiro convidado. Este tem como objetivo principal assegurar a equidade da mediação entre as comunidades ciganas e as instituições públicas, promovendo a mudança através da participação democrática da população. Torres Vedras integra este projeto, juntamente com os Municípios de Beja, Coimbra, Abrantes, Figueira da Foz, Barcelos, Seixal, Elvas e Moura.

Com vista a impulsionar o ROMED 2, a Câmara Municipal de Torres Vedras selecionou um representante da comunidade cigana local, Lindo Cambão, ao abrigo da medida CEI+, estando atualmente a exercer funções no município enquanto estagiário profissional. Este facilitador efetua mediação entre as diversas instituições e a comunidade cigana local e dinamiza o Grupo de Ação Comunitária (GAC), composto por cidadãos da comunidade cigana, homens e mulheres, que se têm envolvido progressivamente no processo democrático do município. O GAC, através do investimento pessoal dos cidadãos que o integram e pelo indispensável empenho e capacidade de resposta das instituições públicas, nomeadamente a Câmara Municipal de Torres Vedras, tem promovido a criação de contextos de partilha e conduzido à melhoria das relações entre as autoridades locais e as comunidades ciganas.

Durante este primeiro ano de atividade, o GAC apresentou duas propostas à Câmara Municipal de Torres Vedras. A primeira, em parceria com a Igreja Evangélica de Torres Vedras, consistiu na solicitação de apoio económico para pagamento do arrendamento da sede da igreja. Em contrapartida, o GAC levou a cabo uma iniciativa de recolha de alimentos, destinados à população carenciada do concelho e entregues ao Centro Social e Paroquial de Torres Vedras, demonstrando-se a solidariedade cívica da comunidade cigana para com a sociedade maioritária. A segunda proposta do GAC enfatizou a necessidade de aumentar a empregabilidade da comunidade cigana local. O Município de Torres Vedras acedeu colaborar na proposta e a integração de Carina, Filomena, Mário e Danilo são, agora, casos de sucesso.
O Município espera que esta iniciativa possa servir de inspiração para outras entidades/empresas locais, de forma a aumentar a empregabilidade da comunidade cigana e combater a discriminação destes elementos através da sua plena inserção profissional.