Torres Vedras

Temática do luto e da perda foi explorada em espetáculo realizado em Torres Vedras

19.10.2022

A forma como o luto e a perda têm sido vividos em diferentes tempos e lugares, por diferentes comunidades, religiões e culturas, foi o tema do espetáculo Do outro lado da Linha, o qual foi apresentado no passado dia 15 de outubro, no Largo de Santo António.

Criado por Maria João Santos e Cláudia Andrade, interpretado também por Cláudia Andrade e ainda por Pedro Salvador (responsável pela criação musical do espetáculo) e com dramaturgia de Judite Canha Fernandes, Do outro lado da Linha integra a programação do Festival Manobras, uma organização da Artemrede (que é, recorde-se, um projeto de cooperação cultural do qual o Município faz parte, que tem como missão promover a qualificação e o desenvolvimento cultural dos territórios onde atuam as entidades associadas). Por integrar aquele festival, Do outro lado da Linha já foi apresentado no Montijo e na Moita e sê-lo-á ainda no Sobral de Monte Agraço.

Este espetáculo tem, de resto, a sua inspiração num episódio ocorrido em 2010, numa cidade costeira japonesa: Itaru Sasaki construiu uma cabina telefónica no jardim para falar com o primo falecido há pouco tempo, de quem era muito próximo. Um ano depois, essa cidade foi atingida por um fortíssimo tsunami, levando milhares de vidas e deixando um rasto de destruição. O telefone desconectado de Itaru passou então a ser usado por toda a comunidade.

Devido ao facto de se inspirar nesse episódio, Do outro lado da Linha utiliza, na sua representação, uma cabina telefónica, que é, posteriormente, disponibilizada à comunidade.

Refira-se ainda que no âmbito da apresentação deste espetáculo em Torres Vedras foi realizada, anteriormente, uma residência artística em que participaram elementos da comunidade cigana e migrante local, tendo no decorrer desta sido recolhidos testemunhos que foram incorporados nessa apresentação.

Última atualização: 20.10.2022 - 11:02 horas
voltar ao topo ↑