Na sequência do aparecimento de peixes mortos na Foz do rio Sizandro no início de agosto e no âmbito do plano de ação municipal implementado para investigar e resolver essa situação foram recolhidas no local amostras de água e cadáveres de peixes para análise. Foram ainda efetuadas na água do mesmo medições de oxigénio dissolvido e temperatura de forma a monitorizar as condições da massa de água respetiva, para além de ter sido realizada uma visita à suinicultura situada nas imediações da foz daquele rio.

No que concerne à análise da água dessa foz e tendo em conta os parâmetros microbiológicos da mesma, que é o que permite aferir da contaminação fecal associada a descargas de efluentes domésticos ou de agropecuárias, deve-se referir que os valores nocivos são baixos e que por essa razão o local é considerado adequado à prática balnear. Aliás, de acordo com a norma de qualidade DL 135/2009, a qualidade da água do mesmo é definida como excelente.

Por outro lado, analisando os resultados indicativos para fins piscícolas, verifica-se que os mesmos não indiciam níveis de poluição significativos. Assim, considera-se que não terá sido o fator qualidade da água a causa da ocorrência.

Já analisando as condições da massa de água, ou seja, o teor de oxigénio dissolvido na água, os valores medidos são na maior parte dos casos acima dos considerados mínimos para a sobrevivência dos peixes.

No que se refere à pesquisa de organofosforados nos cadáveres de peixes, com que se pretendia aferir da possibilidade da morte destes estar relacionada com a presença na água de fitofármacos/químicos utilizados nos terrenos agrícolas existentes na bacia hidrográfica da Foz do rio Sizandro, o resultado da análise foi negativo.

Relativamente à possibilidade de poluição por parte da pecuária existente nas proximidades da Foz do rio Sizandro, verificou-se que o destino final do efluente tratado na mesma é o espalhamento em terrenos agrícolas próximos. Estes foram identificados e alvo de visita, não se tendo verificado qualquer inconformidade. Desta forma, aquele procedimento não poderia estar na origem da situação ocorrida na referida linha água.

Face ao exposto, concluiu-se que a qualidade da água da Foz do rio Sizandro se encontrava aceitável em agosto, não estando na origem de qualquer foco de contaminação do meio aquático.

Concluiu-se ainda que a morte dos peixes foi consequência da diminuição de água no local, resultado da situação de seca meteorológica vivida este ano, associado quer às elevadas temperaturas ocorridas durante o mês de agosto, quer à presença de uma grande quantidade de peixes na zona da ocorrência.

Deve-se referir, ainda, que as operações de introdução de água por bombagem nessa zona e de abertura da foz daquele rio, bem como de retirada de peixe vivo para o mar, foram bem sucedidas, tendo sido determinantes para a minimização do problema.

As análises efetuadas no âmbito da investigação descrita foram realizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente e pelo Instituto Nacional de Recursos Biológicos.