Torres Vedras

História de Torres Vedras

Localizado na Região Oeste, o território de Torres Vedras é povoado pelo homem desde os tempos mais remotos. Por aqui passaram comunidades de caçadores colectores, agricultores, metalúrgicos e, mais tarde, gregos e romanos, como Rufo, um de tantos nomes grafados na pedra que os imortalizou.

O primitivo nome do lugar esconde-se no mais profundo mistério, parecendo identificar-se com Chretina. Mas qualquer que tenha sido a data de fixação do nome Turres Veteras > Torres Vedras, este lembra as torres velhas, porque antigas, da sua primitiva fortificação, provavelmente construída ainda no período romano.

D. Afonso Henriques tomou-a após 1147, tendo permanecido, até então, sob o domínio islâmico. No reinado de Sancho I (1185-1211), a vila conheceu a primeira organização municipal. Todavia, só em 15 de agosto de 1250, D. Afonso, terceiro do nome, cognominado de o bolonhês, doou aos homens e vassalos de Torres Vedras carta de Foral. O crescimento da vila fazia-se sentir já em finais do século XIII, tendo recebido do rei lavrador carta de feira, em 1293.

Terra de Rainhas, pelo menos desde D. Beatriz, que a recebeu antes de 1277, desde cedo foi lugar de implantação e de influência externa de diversos cenóbios como Santa Cruz de Coimbra, Santa Maria de Alcobaça e Celas, para além da presença dos mosteiros de São Vicente de Fora e de Santa Maria de Oia e das ordens militares do Hospital e de Santiago.

Mas também aqui se fundaram dois conventos de Agostinhos Calçados: Nossa Senhora da Assunção de Penafirme, em 1226, e Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras, em 1366, a que se juntariam, mais tarde, os conventos dos frades Franciscanos de Varatojo, em 1470, e de Nossa Senhora dos Anjos, este fundado pela infanta D. Maria, senhora de Torres Vedras, para os frades Arrábidos, em 1570.

Aqui reuniu Conselho Régio de D. João I, em 1414, tendo então decidido conquistar Ceuta. E daqui partiriam, em direção ao Oriente, muitos aventureiros torrienses ao longo dos séculos seguintes, na procura de novos mundos. Entre eles, Frei Aleixo de Meneses, prior do Convento de Nossa Senhora da Graça, entre 1588 e 1590, e, mais tarde, Arcebispo de Goa e de Braga e governador da Índia.

D. Manuel doou-lhe Foral Novo, em 1 de junho de 1510, e D. João III fez Torres Vedras cabeça de comarca, estatuto que só exerceria efetivamente, a partir de 1619, dada a forte oposição de Alenquer, até então cabeça de comarca.

A partir de 1809, Torres Vedras ofereceria o seu nome ao maior sistema defensivo da história, com defesa efetiva, construído para defrontar as tropas de Napoleão e que seria o baluarte de defesa da capital: as Linhas de Torres Vedras.

A vila e o concelho cresceram, tornando-se um destino turístico, sobretudo a partir do início do século XX. Desde então, muitos elegem Torres Vedras como destino, quer na procura das termas, quer da praia de Santa Cruz, renovando encontros permanentemente. A mesma vila elevou-se a cidade em 1979, testemunhando um enorme crescimento urbano.


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