Museu Municipal Leonel Trindade

Conteúdo da página:
- Museu Municipal Leonel Trindade
- Centro de Interpretação do Castelo de Torres Vedras
- Centro de Interpretação da Comunidade Judaica
- Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras
- Castro do Zambujal
- Centro de Interpretação da Azenha da Ponte
- Centro de Interpretação da Azenha de Santa Cruz
Museu Municipal Leonel Trindade
O Museu Municipal Leonel Trindade assume-se como um museu de Arqueologia e História, destinado ao estudo das origens e evolução histórica do Homem no concelho de Torres Vedras. O espólio atual é constituído por importantes coleções, que vão da arqueologia e arte sacra, à paleontologia e pintura contemporânea, bem como por diversos núcleos históricos dedicados ao município e ao famoso sistema defensivo das Linhas de Torres.
O Museu é uma instituição dinâmica, em permanente atualização e renovação. A sua ação articula diversas áreas e serviços, que se expressam através de um programa diversificado de exposições, eventos e atividades, dando vida e proximidade ao património que guarda.
- Exposições
As exposições tornam o património visível e são momentos de encontro entre as coleções e a comunidade. São a forma de mostrar ao público as obras e objetos, contando histórias e criando experiências que despertam a curiosidade e a reflexão.
- Investigação e Inventário
Os investigadores do Museu estudam e sistematizam o espólio, aprofundando o conhecimento do acervo, preservando a memória local e tornando-a acessível a investigadores e ao público através de exposições, publicações e eventos científicos.
- Conservação e Restauro
No dia a dia, a equipa de conservação e restauro do museu mantém e monitoriza o estado de conservação das coleções em exposição e em reserva.
- Serviço educativo
Através de visitas orientadas, oficinas e programas educativos, aproxima escolas, famílias e diferentes públicos do património torriense, estimulando a curiosidade e o gosto pela história.
- Centro de Documentação
O Museu Leonel Trindade disponibiliza ainda um centro de documentação, com bibliografia, arquivos e recursos especializados. Este espaço apoia a investigação científica e está aberto a todos os que desejam conhecer melhor a história e o património local.
Missão, valores e objetivos
O Museu tem como missão a interpretação, preservação e divulgação do passado, das vivências e tradições locais, aliadas a uma componente educativa e de lazer, para fruição das gerações do presente e do futuro.
O Museu Municipal Leonel Trindade pretende ser uma instituição ativa na procura, recolha, documentação e preservação da História de Torres Vedras, bem como no registo e difusão do seu património e memórias. Este objetivo é alcançado na exposição permanente do Museu e em exposições temporárias, a organizar em permanente diálogo com outras atividades.
História
O Museu Municipal de Torres Vedras abriu as portas a 28 de julho de 1929, na sala da Irmandade dos Clérigos Pobres, junto à Igreja de São Pedro, no centro da vila. A sua criação deveu-se a um grupo de cidadãos, entre os quais Rafael Salinas Calado, que reuniu um conjunto diversificado de peças com valor histórico e artístico, fundamentais para contar a história de Torres Vedras.
As primeiras coleções nasceram do contributo da comunidade: muitas paróquias da cidade e alguns particulares cederam peças em depósito, permitindo formar um acervo inicial rico e representativo.
Em 1944, o museu foi transferido, juntamente com a biblioteca, para o edifício da antiga sede da Santa Casa da Misericórdia. Com esta mudança, ganhou mais espaço para expor as suas coleções e reforçou o seu papel como guardião da memória torriense.
A partir de 1969, o museu passou a ser dirigido pelo arqueólogo Leonel Trindade, figura central no estudo e valorização do património da região. Sob a sua orientação, as exposições organizaram-se em núcleos temáticos: à sala de Arqueologia seguiam-se espaços dedicados às Guerras Peninsulares, à Santa Casa da Misericórdia, aos Primitivos Portugueses, à Azulejaria, ao Município e à Epigrafia.
Nesta fase, o museu tornou-se também um centro ativo de investigação científica, especialmente no campo da arqueologia. Destacou-se pela colaboração com organismos culturais nacionais e instituições estrangeiras, em particular com o Instituto Arqueológico Alemão, através de uma rica parceria que dura mais de cinco décadas. Ao longo dos anos, o seu espólio foi crescendo em diversidade, com especial relevância para a coleção de Arqueologia, fruto de investigações locais que projetaram o museu a nível nacional e internacional.
Em 1997, a Câmara Municipal atribuiu oficialmente o nome de Leonel Trindade à instituição, que passou assim a ser designada por Museu Municipal Leonel Trindade, em homenagem ao investigador que marcou profundamente a sua história.
Instalado no antigo Convento de Nossa Senhora da Graça, desde 1992, o Museu Municipal Leonel Trindade assume-se como um museu de Arqueologia e História, destinado ao estudo das origens e evolução histórica do Homem no concelho de Torres Vedras. O conjunto formado pela igreja e pelo convento encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público, reforçando o valor patrimonial do espaço que hoje acolhe o museu.
Centro de Interpretação do Castelo de Torres Vedras
Composto por quatro núcleos expositivos, o Centro de Interpretação do Castelo (CIC) conta a história do edifício ao longo dos séculos, permitindo aos visitantes uma melhor interpretação in loco do castelo e das suas vivências, para que consigam explorar e usufruir autonomamente do monumento.
A exposição permanente do Centro de Interpretação aborda a evolução do Castelo desde as suas origens, passando pela ocupação romana, bárbara e árabe, pela Reconquista Cristã, pelo cerco do Mestre de Avis, pela reconstrução manuelina, pela campanha do Prior do Crato, pelo Terramoto de 1755, pela integração nas Linhas de Torres Vedras, pela Batalha de Torres Vedras até à sua classificação como Imóvel de Interesse Público).
Centro de Interpretação da Comunidade Judaica
O Centro de Interpretação da Comunidade Judaica (CICJ) divulga a presença dos judeus sefarditas em Torres Vedras, promovendo a herança material e imaterial judaica no país. Aqui o visitante tem a oportunidade de desvendar o quotidiano da comunidade judaica e suas afinidades e conflitos com os vizinhos cristãos.
O Centro de Interpretação da Comunidade Judaica dá a conhecer a história da presença judaica em Torres Vedras. Inaugurado a 18 de maio de 2017, este equipamento museológico do Município de Torres Vedras foi produzido sob a supervisão científica da Cátedra de Estudos Sefarditas Alberto Benveniste, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Localizado no centro histórico da cidade, a escassos metros da antiga judiaria, o Centro ocupa um conjunto de edifícios de arquitetura tradicional, conhecido por Cerca da Josefa, requalificado através do projeto Rotas de Sefarad: Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo Interculturas, dinamizado pela Rede de Judiarias de Portugal.
Com o objetivo de valorizar o legado deixado pela presença judaica, este espaço apresenta a realidade histórica, social e cultural desta comunidade. As quatro salas de exposições, com conteúdos em português e em inglês, utilizam painéis expositivos e documentos, como contratos, cartas de perdão e cartas régias, para desvendar o quotidiano desta comunidade e dar a conhecer o destino dos judeus torrienses após a expulsão. A exposição é complementada por um circuito de visita que percorre os espaços urbanos ocupados pela antiga judiaria.
Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras
No Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras (CILT) são proporcionadas experiências pedagógicas que permitem ao visitante, através de novas abordagens sobre a temática, uma maior fruição do património, bem como promover o conhecimento da importância histórica das Linhas de Torres.
O Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras, localizado mais concretamente na capela de S. Vicente, constitui-se como um espaço que pretende fornecer elementos para a contextualização histórica e interpretação das estruturas militares que integram o sistema defensivo das Linhas de Torres Vedras, erigidas no decorrer da terceira invasão francesa a Portugal. Pretende também promover a visita a este património histórico-militar, que tem vindo a ser recuperado e valorizado no âmbito da Rota Histórica das Linhas de Torres.
Este equipamento conta com uma área de receção, onde se exibe um filme promocional da Rota Histórica das Linhas de Torres, e tem uma pequena loja na qual são vendidos produtos de merchandising.
A nave da capela acolhe uma exposição dedicada à temática das Linhas de Torres Vedras, a qual utiliza diferentes recursos museográficos como infografias, maquetas, recursos áudio, audiovisual e multimédia.
O anexo da capela foi convertido em auditório para visionamento de um filme-documentário sobre as Linhas de Torres Vedras, o qual utiliza filmagens realizadas no âmbito da rodagem do filme “Linhas de Wellington” e conta com uma versão em inglês.
Castro do Zambujal
O Castro do Zambujal é um povoado fortificado da Idade do Cobre, localizado a cerca de três quilómetros para sudoeste da cidade de Torres Vedras. Foi descoberto em 1932 por Leonel Trindade, tendo sido objeto de escavações arqueológicas sistemáticas, desde 1964, por parte do Instituto Arqueológico Alemão.
O Castro do Zambujal é um dos maiores e mais bem conservados povoados calcolíticos da Península Ibérica e um dos sítios mais emblemáticos para o estudo das primeiras sociedades agro-metalúrgicas peninsulares.
A sua edificação, no início do IIIº milénio a. C., insere-se no processo de emergência de povoados fortificados de altura, nas penínsulas de Lisboa e Setúbal, resultante de profundas transformações sócio-económicas. A complexidade das suas estruturas construtivas indicia que tenha sido o mais importante centro de fundição e comércio de minério da Estremadura portuguesa. Esta condição foi potenciada pelo amplo estuário do rio Sizandro que, à época, formava um porto natural na confluência com a Ribeira de Pedrulhos, permitindo um acesso direto à navegação marítima.
A investigação arqueológica permitiu identificar quatro fases evolutivas das estruturas defensivas do povoado, ao longo da sua existência de mais de um milénio. Assim, inicialmente, o sítio seria protegido por um recinto fortificado central, com cerca de 50 m de diâmetro, formado por muros relativamente estreitos, reforçados por torres maciças, circulares e semicirculares. Numa segunda fase, este núcleo foi reforçado com três novas e imponentes linhas de muralhas e uma barbacã dotada de seteiras, da qual se fazia a defesa da segunda linha. Um terceiro momento é caracterizado pela inoperacionalização da barbacã e dos correspondentes acessos na segunda linha de muralhas, com uma tendência para a autonomização da defesa de cada uma das muralhas. Na quarta e última fase de ocupação, assiste-se à edificação de torres ocas, que perduraram até ao abandono do povoado, por volta de 1700 a. C.
As características do povoado e o vasto espólio recolhido, parte do qual pode ser visto no Museu Municipal Leonel Trindade, permitem supor a existência de um certo grau de estratificação social, destinando-se o recinto central aos habitantes de estatuto superior e à salvaguarda dos valiosos produtos obtidos a partir das atividades metalúrgica e comercial. Enquanto a maioria da população se dedicava à atividade agro-pecuária, a acumulação de riqueza – patente nos elementos de adorno em materiais preciosos e na prestigiosa cerâmica campaniforme – estava reservada a uma minoria.
Em 1946, o Castro do Zambujal foi classificado como Monumento Nacional, em reconhecimento da sua dimensão, monumentalidade, complexidade arquitetónica, riqueza de espólio e relevância científica.
Centro de Interpretação da Azenha da Ponte
A Azenha da Ponte, localizada na localidade de Ameal, na freguesia de Ramalhal, foi reabilitada no âmbito da operação “Azenha da Ponte | Promover a identidade territorial”. Esta Azenha é um raro exemplo de moinho de água de roda horizontal - rodízio com transmissão por carreto.
A intervenção, levada a cabo pela Câmara Municipal de Torres Vedras em parceria com a Junta de Freguesia de Ramalhal, teve como objetivo a reabilitação da estrutura existente tendo em vista a refuncionalização do edifício enquanto núcleo museológico e interpretativo que introduza o tema da água e ilustre, através de um percurso temático, os mecanismos e processos de moagem, assim como o funcionamento e as características específicas dos moinhos de água e de vento da região de Torres Vedras.
O projeto visou, ainda, valorizar as técnicas, saberes e características singulares destas unidades de produção, através da criação de um espaço para desenvolver atividades de promoção da identidade territorial.
As atividades de preservação e valorização dos elementos patrimoniais existentes incidiram na reabilitação do edificado e na recuperação dos mecanismos de moagem da Azenha.
As intervenções realizadas no âmbito da reabilitação do edificado foram as seguintes: retirar todos os elementos dissonantes em relação ao edifício original, criar uma entrada neutra para o conjunto edificado através de uma antecâmara interior que o proteja das intempéries, criar um percurso museológico que introduza o tema da tipologia de moinhos de água, dando enfase à relevância específica desta e o seu carácter como elementos excecionais, acentuar a relação de proximidade entre a azenha e o açude, que fica assim visível do interior da estrutura edificada, e realçar os elementos em pedra natural das fachadas, preservando a memória do edifício original.
A recuperação dos mecanismos de moagem da Azenha da Ponte contemplou a reabilitação de açudes e levadas, com a colocação de comportas novas de entrada e saída da água e portas novas das seteiras, a aplicação de novo soalho e vigamento, com utilização de sistemas tradicionais de carpintaria e a reconstrução, através de técnicas tradicionais de carpintaria, do sistema de moagem, moega, mós, carreto, aliviadouro, rodas hidráulicas, carretilha e rodízio.
Centro de Interpretação da Azenha de Santa Cruz
A Azenha de Santa Cruz representa um marco histórico e turístico desta praia, reunindo atualmente um conjunto de valências, entre as quais um Centro Interpretativo que conta a história do edifício, da moagem do cereal e do fabrico do pão.
Um espaço moderno e adaptado aos nossos tempos, onde a tradição é preservada e valorizada.
Nas diversas salas da exposição, encontra história, vivências e objetos que parecem contar as estórias das gentes que por aqui passaram. Local de recordações para uns e de aprendizagem para outros, pode aqui conviver com o passado e conhecer a origem da produção da farinha, bem essencial na confeção do pão que serve, todos os dias, à nossa mesa!
Um projeto cultural que promove as tradições e a divulgação da memória e da cultura popular, a Azenha acolhe, também, os serviços do Posto de Turismo e da Biblioteca da Praia de Santa Cruz.