O Teatro-Cine apresentou, nos passados dias 20, 21 e 22 de Janeiro, a sua primeira produção, intitulada "Imprevisível da Silva".
Tratou-se de um Teatro Musical, concebido pelo compositor Nuno Corte-Real e o escritor Rui Matoso, ambos torrienses, e que se constituiu como uma criação inédita, a partir da obra de Agostinho da Silva.
Embora não tendo uma estrutura obediente à vida e à obra do professor, mas antes sobrevoando-as, para criar um plano de imanência essencialmente musical, esta peça surgiu da noção de "imprevisível" e dos desdobramentos conceptuais inspirados directamente na sua múltipla prosa e poesia.
Neste espectáculo, interpretado também ao nível do texto recitado e não apenas do texto cantável, o suporte musical foi dado pelo Conjunto de Câmara "Darcos", tendo o consagrado actor Jorge Sequerra interpretado o papel principal.
Produzido em parceria com o Teatro da Trindade (Inatel), "Imprevisível da Silva" estará futuramente em itinerância pelo circuito das Universidades portuguesas.
De referir que a concretização deste projecto apenas foi possível porque a Câmara Municipal integra nas suas preocupações a elevação cultural dos munícipes, proporcionando-lhes meios de fruição bem como de produção e qualificação artística, consciente de que será na persistência e na exigência de qualidade que conseguirá afirmar os valores que a cultura integra.
Recorde-se, de resto, que Torres Vedras tem acolhido iniciativas inéditas em torno de Agostinho da Silva, tendo já sido realizados, em Abril de 2004, no décimo aniversário da sua morte, um colóquio e uma exposição fotobiográfica onde foram editadas duas publicações e pela primeira vez estiveram expostos ao público diversos manuscritos deste autor.