As novas instalações da Adega Cooperativa de S. Mamede da Ventosa, a maior adega cooperativa vitivinícola no país, foram inauguradas ontem, dia 26 de junho.

Situadas no desativado espaço do Instituto da Vinha e do Vinho, nos Gafanhotos, onde curiosamente aquela adega começou a laborar nos anos 50, e com um equipamento com tecnologia de ponta, vão permitir um aumento de produção na ordem dos 8 milhões de litros de vinho por ano. Para além disso, estas novas instalações, que resultam de uma exemplar intervenção de requalificação, incluem uma vertente sócio comercial ligada à comercialização de vinhos e ao enoturismo.

Na respetiva cerimónia de inauguração, o presidente da República, que fez questão de marcar presença no ato, recordou a importância que o cooperativismo teve no país, na medida em que contribuiu para o fomento do espírito de entreajuda entre os produtores agrícolas. Marcelo Rebelo de Sousa salientou ainda no seu discurso o renascimento que se está a assistir na agricultura nacional, décadas depois de se ter pensado que Portugal seria um país quase exclusivamente reservado ao setor dos serviços.

Também presente na cerimónia esteve o secretário de estado das Autarquias Locais, o torriense Carlos Miguel, que relembrou ao presidente da República o facto do concelho ser o maior produtor vitivinícola do país e de neste momento o setor vinícola do Oeste estar ao nível dos melhores de Portugal, como os do Douro e do Alentejo.

Já o presidente da Câmara Municipal, Carlos Bernardes, explicou na ocasião o esforço que está a ser realizado neste momento para a promoção dos vinhos da região, como é exemplo a iniciativa Vinho nas Linhas que está a ser levada a cabo na Feira de S. Pedro, de forma a tornar Lisboa a “capital mundial do vinho”.

No início dos discursos proferidos no novo espaço da Adega Cooperativa de S. Mamede da Ventosa, o presidente desta entidade, Luís Santos, recordou que as cooperativas são empresas como as outras embora tenham um estatuto jurídico diferente, e que desempenham um importante papel social na medida em que recebem uvas de produtores que não têm capacidade para vinificar.

No âmbito da cerimónia foram também comemorados os 60 anos de existência da Adega Cooperativa de S. Mamede da Ventosa, uma instituição que entra nesta bonita idade graças ao papel e à dinâmica exemplar dos seus associados. A mesma, que foi realizada com o apoio da Câmara Municipal, incluiu ainda uma eucaristia (celebrada pelo padre Paulo Antunes), um almoço convívio e um concerto da Camerata Vocal de Torres Vedras.

De referir ainda que atualmente a Adega Cooperativa de S. Mamede da Ventosa conta com 480 associados que produzem por ano aproximadamente 25 milhões de quilos de uvas, sendo 12% brancas, o que dá origem a cerca de 20 milhões de litros de vinho. Cerca de 95% da produção da Adega Cooperativa de S. Mamede da Ventosa é exportada, principalmente para os países lusófonos, não obstante esteja também a investir em outros mercados como a China, o Iraque, a Rússia, o Canadá e os Estados Unidos da América.