"Revelar" é um projeto artístico que está a começar a ser desenvolvido e com o qual, por meio da arte contemporânea, se pretende revelar aspetos menos visíveis do território do Concelho relacionados com o património natural e cultural do mesmo.

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Torres Vedras (levada a cabo por meio do Centro de Artes e Criatividade), que é produzida pela associação cultural EMERGE e cofinanciada pelo Ministério da Cultura e DGARTES (Direção-Geral das Artes), foi oficialmente apresentada numa sessão que teve lugar ao final da tarde do passado dia 25 de janeiro, na Foliateca (cafetaria do Centro de Artes e Criatividade).

Na ocasião o diretor artístico deste equipamento cultural municipal, João Garcia Miguel, afirmou que o projeto “Revelar” parte de um “sonho antigo” relacionado com a valorização da cidade e do concelho de Torres Vedras, por meio do qual se pretende revelar “os seus pequenos segredos, os seus pequenos mistérios”. Ainda segundo o diretor artístico do Centro de Artes e Criatividade, o projeto, que possibilitará olhar para o património concelhio “de uma forma diferenciada”, “com um valor artístico acrescentado”, poderá ter mesmo o efeito de trazer para o Concelho um turismo cultural e qualificado.

Já o responsável da EMERGE e diretor artístico do “Revelar”, Jorge Reis, acrescentou que o projeto, que levará a “andar por caminhos menos caminhados”, a “dizer as palavras que ainda não foram ditas” e “a mostrar as imagens que ainda não foram vistas”, pretende abranger objetos “que estão fragmentados, desagregados”, os quais serão agregados, unidos, através de sinergias. Referiu ainda que com o projeto “Revelar” se revelarão ”geografias societais menos evidentes”.

Presente na sessão de apresentação do “Revelar” esteve também a vereadora da Cultura da Câmara Municipal, Ana Umbelino, que destacou o facto de o projeto contribuir para “melhor compreender a complexidade” do território concelhio, o qual está em “constante transformação”, “sem cair em simplificações, em vulgatas acerca do mesmo”, “convocando “múltiplos olhares”, os quais permitirão “produzir leituras inéditas que expandam a narrativa” sobre o território torriense e a forma como com ele nos relacionamos.

Três artistas produzirão as obras que darão forma ao projeto. São eles: Evgenia Emets (artista radicada no Concelho há dois anos que desenvolve trabalhos em áreas como a poesia, o desenho, a pintura, o vídeo, a instalação e a performance, e que abordará objetos relacionados com o património natural), João Henriques (artista radicado há décadas no Concelho, cujo trabalho artístico se centra na fotografia, e que produzirá obras através do conceito de “neblina”) e Márcio Carvalho (artista não radicado no Concelho, que desenvolve trabalho artístico com recurso a vídeo, texto, som e performance, e que abordará questões relacionadas com a memória, em proximidade com a comunidade).

O trabalho de pesquisa no âmbito do “Revelar”, que teve início no passado mês de novembro, será efetuado até março, sendo que posteriormente, até ao final do ano, serão executados os trabalhos artísticos, os quais serão apresentados no Centro de Artes e Criatividade em 2026.

O “Revelar” contará com uma plataforma digital que estará brevemente disponível e por meio da qual se poderá ficar a par do desenvolvimento dos trabalhos produzidos no âmbito do projeto. Ainda na sessão de apresentação do mesmo o designer Marco Reixa deu a conhecer essa plataforma, bem como a imagem gráfica do “Revelar”, referindo os pressupostos em que se baseia a criação de ambas.