Recomendações para o novo Ano Hidrológico
14.10.2015
Para o novo Ano Hidrológico, que teve início recentemente, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda a tomada de algumas medidas de precaução:
1. INSTABILIDADE DE TALUDES OU DESLIZAMENTOS MOTIVADOS PELA PERDA DE CONSISTÊNCIA DO SOLO
1. Acautelar, por parte dos agricultores, aquando da preparação dos terrenos, os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direcionadas a uma regueira de cabeceira;
2. Identificação dos taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma rutura;
3. Observação do funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
4. Especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.
2. INUNDAÇÕES EM ZONAS URBANAS, CAUSADAS POR ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
1. Verificação da funcionalidade dos sistemas de drenagem;
2. Limpeza e desobstrução de sumidouros, sarjetas, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias e pedras que aí se depositaram;
3. Desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas, e limpeza de bueiros, algerozes e caleiras dos telhados das habitações.
3. ARRASTAMENTO PARA A VIA PÚBLICA DE OBJETOS SOLTOS E DESPRENDIMENTO DE ESTRUTURAS MÓVEIS OU DEFICIENTEMENTE FIXADAS, POR EFEITO DE EPISÓDIOS DE VENTO FORTE
1. Verificação de todas as estruturas que, pelas suas caraterísticas (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistam aos ventos fortes;
2. Nos casos em que tal seja impossível, assegurar a facilidade de remover/desmontar essas estruturas, guardando-as em locais seguros sempre que se prevejam/ocorram ventos fortes.
4. CHEIAS MOTIVADAS PELO TRANSBORDO DO LEITO DE ALGUNS RIOS
1. Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros pontos de estrangulamento do escoamento hídrico;
2. Limpeza de linhas de água assoreadas;
3. Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, nas proximidades das linhas de água;
4. Recolha ou trituração dos resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das linhas de água;
5. Reparação de desmoronamentos nas margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos.
De realçar que tem-se constatado de há alguns anos a esta parte no concelho que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, gera instabilidade nas terras e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos das mesmas.
Por sua vez, estes vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário em alguns caso proceder à interdição total ou parcial das mesmas. Por outro lado, os deslizamentos de terras provocam o entupimento das valetas e aquedutos, dificultando o escoamento das águas pluviais para os devidos sistemas de drenagem, agravando assim as inundações que ocorrem em períodos de chuva intensa.
Sendo o concelho um território com cerca de 407 km2, o maior do distrito de Lisboa, com uma ativa e vasta atividade agrícola/hortícola, é natural que o risco de deslizamento de terras proveniente daquele tipo de situações seja elevado, pelo que se torna fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução por forma a evitar o agravamento deste risco.
Neste sentido, apela-se a todos os agricultores e trabalhadores agrícolas do concelho que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorram de acordo com as boas práticas estabelecidas para esta atividade, tendo especial atenção, para a importância da mobilização dos solos ser efetuada segundo as curvas de nível (na mesma cota), e para a criação ao longo do terreno de valas drenantes, direcionadas a uma regueira de cabeceira (conforme foto da notícia).
Recorde-se que a limpeza dos troços de linhas de água localizadas fora dos aglomerados populacionais é da responsabilidade dos proprietários dos terrenos confinantes com as mesmas.
A ação preventiva constitui a estratégia mais eficaz para minimizar os efeitos de eventos naturais funestos, devendo cada munícipe assumir a sua responsabilidade nesse âmbito.
Mais esclarecimentos sobre a temática abordada podem ser obtidos contactando o Serviço Municipal de Proteção Civil (n.º de telefone: 261 320 764 / e-mail: prociv@cm-tvedras.pt).