Recomendações para o novo Ano Hidrológico
04.10.2021
Para o novo Ano Hidrológico, que se está a iniciar, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda a tomada de algumas medidas de precaução:
1. INSTABILIDADE DE TALUDES OU DESLIZAMENTOS MOTIVADOS PELA PERDA DE CONSISTÊNCIA DO SOLO
1. Acautelar, por parte dos agricultores, aquando da preparação dos terrenos, os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direcionadas a uma regueira de cabeceira;
2. Identificar os taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma rutura;
3. Observar o funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
4. Prestar especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.
2. INUNDAÇÕES EM ZONAS URBANAS, CAUSADAS POR ACUMULAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
1. Verificar a funcionalidade dos sistemas de drenagem;
2. Limpar e desobstruir sumidouros, sarjetas, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas, areias e pedras que aí se depositaram;
3. Desobstruir os sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas, e limpar bueiros, algerozes e caleiras dos telhados das habitações.
3. ARRASTAMENTO PARA A VIA PÚBLICA DE OBJETOS SOLTOS E DESPRENDIMENTO DE ESTRUTURAS MÓVEIS OU DEFICIENTEMENTE FIXADAS, POR EFEITO DE EPISÓDIOS DE VENTO FORTE
1. Verificar todas as estruturas que, pelas suas caraterísticas (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistam a ventos fortes;
2. Nos casos em que tal seja impossível, assegurar a facilidade de remover/desmontar essas estruturas, guardando-as em locais seguros sempre que se prevejam/ocorram episódios de ventos fortes.
4. CHEIAS MOTIVADAS PELO TRANSBORDO DO LEITO DE ALGUNS RIOS
1. Desobstruir linhas de água. principalmente as situadas junto a pontes, aquedutos e outros pontos de estrangulamento do escoamento hídrico;
2. Limpar linhas de água assoreadas;
3. Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, nas proximidades das linhas de água;
4. Recolher ou triturar os resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das linhas de água;
5. Reparar desmoronamentos nas margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos.
De referir que se tem constatado de há alguns anos a esta parte no Concelho que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, gera instabilidade nas terras e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos nas mesmas.
Por sua vez, os deslizamentos vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário em alguns casos proceder à interdição total ou parcial das mesmas.
Por outro lado, os deslizamentos de terras provocam o entupimento das valetas e aquedutos, dificultando o escoamento das águas pluviais para os devidos sistemas de drenagem, agravando assim as inundações que ocorrem em períodos de chuva intensa.
Sendo o Concelho um território com cerca de 407 km2, o maior do distrito de Lisboa, com uma ativa e vasta atividade agrícola/hortícola, é natural que o risco de deslizamento de terras seja no mesmo elevado, até devido às suas características morfológicas, pelo que se torna fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução por forma a evitar o agravamento deste risco.
Neste sentido, apela-se aos agricultores a laborar no Concelho que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorram de acordo com as boas práticas estabelecidas para os mesmos, tendo especial atenção para a importância da mobilização dos solos ser efetuada segundo as curvas de nível (na mesma cota), e para a criação ao longo do terreno de valas drenantes, direcionadas a uma regueira de cabeceira.
Recorde-se que a limpeza dos troços de linhas de água localizadas fora dos aglomerados populacionais é da responsabilidade dos proprietários dos terrenos confinantes com as mesmas.
Mais esclarecimentos podem ser obtidos contactando o Serviço Municipal de Proteção Civil (n.º de telefone: 261 320 764 / 766; e-mail: prociv@cm-tvedras.pt).