André Trindade
27.12.2017
O artista nascido em Oeiras (1981), André Trindade, abriu-nos as portas do seu espaço, deu a conhecer a sua arte e como o contacto com o seu avô arqueólogo cujo escritório era um verdadeiro livro de Júlio Verne, com a sua mãe designer, o seu pai ligado à serigrafia artística e pintor influenciaram o seu envolvimento artístico.
Licenciado em Escultura, em 2006, frequentou no mesmo ano a Bolsa Sócrates-Erasmus na Facultat de Belles Arts, Universitat de Barcelona. Considera que teve o seu amadurecimento artístico em 2010, quando frequentou o Programa de Estudos Independentes, Maumaus, Lisboa.
Homem de projetos, entrega-se a eles com visível entusiasmo. Na escultura, na pintura, nas artes gráficas e, recentemente na sua aproximação à composição sonora, o artista deixa as ideias fluírem e estas surgem, por vezes, pelo acaso de recortes sobrepostos em cima de uma mesa de trabalho. Para ele, há uma ideia pensada à priori, mas deixa a sua intuição guiá-lo à medida que vai sentindo e construindo a sua obra de arte.
Foi convidado a expor a sua obra em várias galerias de arte entre as quais Monitor, Lisboa onde está patente, “Toward the glacial regions”, projeto de André Trindade e Benedikt Hipp.
Conta com uma seleção de exposições individuais como “Going nowere and getting there”, 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2012); “Verão Eterno”, em colaboração com Filipa Cordeiro, Lumiar Cité, Lisboa, Dois Paços, Torres Vedras, Espaço Campanhã, Porto (2013) ou “I’m a Mineralist”, 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2015). Exposições coletivas, como “Escape”, Lunds Konsthall, Lund (2011); “Prémio EDP Novos Artistas”, Museu da Electricidade, Lisboa (2011); “O Sublime e a Distopia”, Kunsthalle São Paulo, São Paulo (2014), “Is Bone a Stone”, Museu Geológico, Lisboa, Galeria do Sol, Porto (2017). Conta também com várias apresentações de som ao vivo, publicações independentes (como autor) e projetos curatoriais.
Tem-se dedicado a Poster Art e à produção sonora em música experimental, com influência do Harsh Noise, Industrial e Pós-industrial tendo criado uma editora que conta já com vários artistas nacionais e internacionais e que inclui o seu projeto “H04”. Tem projeto de loja para venda das cassetes que edita e dos instrumentos construídos por si próprio. Usa recortes e colagens, aliando a isso as técnicas antigas do design, e a sua visão de artista tendo atenção a cada pormenor de modo a criar um diálogo entre o objeto e o som para potenciar o imaginário do álbum.
Para André Trindade, é importante descobrir caminhos novos por onde possa passar a sua dedicação à arte que é a sua forma de viver.