Carnaval trouxe milhares de pessoas às ruas do centro da cidade
06.03.2019
Desde sexta-feira que a folia do Carnaval de Torres Vedras invadiu a cidade. Os dias de folia tiveram início com o Corso Escolar, um dos momentos mais aguardados pelos torrienses, que saíram de casa para assistir ao desfile de cerca de sete mil crianças e jovens do concelho. Depois de um primeiro dia em que ainda houve tempo para entronizar os Reis do Carnaval de Torres Vedras - Dom Portuga Folião Deboakasta e Dona Tintona P'ro Zé Povinho Nú Mafona -, seguiu-se um sábado onde as atenções estiveram viradas para o concurso de grupos de mascarados.
A noite ficou marcada pela criatividade "made in Torres Vedras" do concurso, que contou com a participação de 44 grupos com cerca de 2300 foliões. Com "Made in Portugal" a dar o mote a esta edição, não houve tradição associada à história do país que ficasse esquecida: dos Corações de Viana ao Vinho do Porto, passando pelos carros de cesto da Madeira e pelo Galo de Barcelos, até aos Caretos de Podence e aos Pauliteiros de Miranda (aqui em versão "Mauliteiros de Piranda").
A verdade é que a criatividade não tem limites e foi premiada durante o corso de domingo. O grupo "Vigilância à portuguesa" arrecadou o prémio atribuído pela Real Confraria do Carnaval, conquistou o 2º lugar do Prémio dos Grupos e o 3º lugar do Prémio do Público. Já o grupo "Cúzidinho à portuguesa" surpreendeu pela positiva com a criatividade da máscara, que lhe valeu o 1º lugar do Prémio do Público e o 1º lugar do Prémio dos Grupos. Os “Galaruchos do Gradil” levaram para casa o 2º lugar do Prémio do Público, enquanto “Todos na verga” conquistaram o 3º lugar do Prémio dos Grupos.
Este foi ainda o dia em que os sete carros alegóricos saíram à rua pela primeira vez, revelando a criatividade dos artistas plásticos e mostrando que a sátira torriense não poupa ninguém: das estrelas do desporto às figuras da política local, nacional e internacional, nem António Costa faltou à festa, representado num carro alegórico com uma enorme guitarra portuguesa.
A espontaneidade é uma das características que distingue este Carnaval e, por isso, o Corso Trapalhão da noite de segunda-feira é um dos momentos mais aguardados pelos foliões torrienses. Mascarados de todo o género participaram neste corso, que contou ainda com os habituais carros espontâneos - muitos da (ir)responsabilidade de grupos carnavalescos -, para além de Zés Pereiras, cabeçudos, “cavalinhos”, carros alegóricos e os “light man” do Carnaval de Wellington.
Depois de desfilar numa passerelle instalada em frente ao edifício da Câmara Municipal, Nuno Estrangeiro conquistou o primeiro lugar no Concurso de Matrafonas, seguido por Paulo Rato e Tiago Medina, no segundo e terceiro lugar, respetivamente. Os prémios foram entregues por Mariana Castelo Branco, documentarista brasileira e presidente do júri do ART & TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo.
Durante quatro noites, milhares de foliões dançaram ao som de música “made in Portugal” e além do Atlântico nos palcos espalhados pelas praças Machado Santos, Sagres (nos Jardins de Santiago), PALADIN (junto ao Mercado Municipal) e Dr. Alberto Manuel Avelino. O último local foi ainda cenário de dois concertos, com Rosinha e Saúl a atuar no sábado e na segunda-feira.
O último corso desta edição do Carnaval de Torres Vedras decorreu esta terça-feira, com milhares de pessoas a encher o "coração" da cidade. Desde manhã que o céu prometia um dia de chuva, mas a verdade é que as nuvens deram tréguas e os foliões juntaram amigos e família, que não quiseram perder a oportunidade para assistir ao último corso destes festejos carnavalescos.
E porque o Carnaval "mais português de Portugal" não se faz sem os grupos carnavalescos, Ministros e Matrafonas, Real Confraria, Lúmbias, Marias Cachuchas, Fidalgos e muitos outros foram presença assídua durante estes dias. Também o Tó'Candar PALADIN passou em revista as músicas favoritas de uma "maré" de mascarados que parecia crescer de dia para dia.
Ao entardecer desta terça-feira gorda, foi a vez dos Reis do Carnaval de Torres Vedras descerem do carro real para a tradicional volta a pé, saudando os foliões e despedindo-se de um percurso que voltarão a percorrer vezes sem conta no próximo Carnaval.