“Ciência Viva no verão” veio explorar os rios do concelho
29.07.2014
Decorreu no dia 26 de julho, no âmbito do Programa "Ciência Viva no verão", uma ação demonstrativa de monitorização cientifica dos peixes dos rios Sizandro e Alcabrichel.
Esta ação, em que participaram cerca de 15 pessoas, foi organizada pela Quercus e teve como monitora a bióloga Carla Sousa Santos, investigadora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada na área da genética da conservação da ictiofauna dulciaquícola portuguesa há mais de 13 anos.
Os principais objetivos da atividade foram sensibilizar para a preservação da ictiofauna de água doce e ecossistemas ribeirinhos, possibilitar o contacto direto com exemplares da ictiofauna nativa e identificar as principais caraterísticas morfológicas distintivas das espécies respetivas e permitir a participação numa monitorização preliminar da eficácia de uma ação de repovoamento com peixes criados em cativeiro (no âmbito do projeto de conservação ex- situ de organismos fluviais desenvolvido pela Quercus em parceria com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, o Aquário Vasco da Gama, a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, o Município de Figueiró dos Vinhos e a Junta de Freguesia de Campelo).
As bacias do rio Sizandro e do rio Alcabrichel albergam uma espécie endémica do Oeste de Portugal que se encontra criticamente em perigo: o Ruivaco-do-Oeste. Nos anos transatos, esta espécie foi alvo de um reforço populacional com centenas de peixes criados em cativeiro, a partir de um stock de reprodutores provenientes daqueles rios, no âmbito do referido projeto. Para efeitos de monitorização da eficácia desta ação de repovoamento, os peixes libertados foram previamente marcados com o corte quase total da barbatana dorsal. Assim, ao serem recapturados, estes indivíduos podem ser facilmente identificados e aferida a sua proporção relativamente aos selvagens.
Os participantes na atividade tiveram a oportunidade de conhecer melhor o Ruivaco do Oeste e demais fauna e a flora daqueles cursos de água do concelho. A ação foi realizada por especialistas com recurso a pesca eléctrica. Os peixes capturados foram identificados individualmente, tendo a bióloga realçado as caraterísticas morfológicas distintivas das espécies encontradas. Todas as espécies capturadas voltaram a ser devolvidas ao curso de água onde o tinham sido. Foram igualmente abordados os fatores ecológicos que mais contribuem para a sustentabilidade da ictiofauna e explicitadas as principais ameaças à sua sobrevivência, nomeadamente a destruição de habitats, a poluição e a escassez de água.
Em suma pode dizer-se que esta atividade do Ciência Viva no verão permitiu aproximar um pouco mais as pessoas aos seus rios que tanto precisam da atenção e cuidado de todos.