Vozes que Caminham, uma edição municipal que se constitui como uma coletânea de crónicas da autoria de Luís Filipe Rodrigues, publicadas no jornal Badaladas, que abordam histórias de vida de pessoas com idade mínima de 80 anos, foi apresentada no passado dia 23 de março, no auditório do Edifício dos Paços do Concelho.

De referir que 55 pessoas, de diferentes índoles - social, profissional e cultural -, oriundas do concelho de Torres Vedras e de concelhos vizinhos (Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Mafra, Alenquer, Peniche e Arruda dos Vinhos), são focadas nessas crónicas, as quais foram publicadas entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2024, sob o título «Entre Nós - Breves Histórias de Vida». 

Na sessão de apresentação de Vozes que Caminham esteve presente a vereadora da Cultura da Câmara Municipal, Ana Umbelino, que, na ocasião, justificou a opção do Município de compilar as crónicas que compõe o livro, a qual se prende com o facto de o mesmo concorrer para a preservação da memória coletiva e de reforçar o sentimento de pertença comunitário. Ainda na sua intervenção, Ana Umbelino lamentou a desvalorização das pessoas idosas numa sociedade em que a sabedoria é preterida face à produtividade.

Também o prefaciador de Vozes que Caminham, o cardeal patriarca emérito de Lisboa, o torriense D. Manuel Clemente, marcou presença na sessão de apresentação do livro, tendo na alocução que proferiu na mesma realçado a mais-valia que constitui a publicação para a história local, na medida em que, na sua opinião, a melhor forma de se conhecer uma comunidade é por meio do conhecimento de histórias individuais. Ainda na sua intervenção, D. Manuel Clemente afirmou que atualmente poucos concelhos do país terão um trabalho na área da história tão vasto e profundo como tem o de Torres Vedras.

A terminar a sessão de apresentação de Vozes que Caminham usou da palavra o seu autor, que aproveitou o momento para agradecer à Câmara Municipal ter tomado a iniciativa de avançar com a edição do livro, o qual se assume, segundo Luís Filipe Rodrigues, como uma homenagem a pessoas que contribuíram com o seu exemplo de vida para um mundo melhor. Ainda segundo o autor, a memória é a base em que assenta o passado e o presente, um pressuposto que o levou a registar as histórias de vida de pessoas idosas, algumas delas entretanto já falecidas, as quais foram lembradas de modo particular na sessão.    

A mesma chegou ao fim com a leitura de excertos de Vozes que Caminham, bem como de dois poemas (um da autoria de Manuel Alegre e um outro, inédito, da autoria de Luís Filipe Rodrigues).

O livro Vozes que Caminham poderá ser adquirido no Museu Municipal Leonel Trindade, na Biblioteca Municipal e no Posto de Turismo de Torres Vedras.