Festival Novas Invasões regressa a Torres Vedras
19.08.2019
O Festival Novas Invasões está de volta a Torres Vedras, com as artes e a cultura a saírem às ruas da cidade, entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro, para quatro dias de animação e recriações históricas. Com uma periodicidade bianual, este é um festival que a cada edição tem um país 'invasor' diferente: em 2019 será a vez da Alemanha.
A sessão de apresentação desta edição decorreu esta segunda-feira, no Forte de São Vicente, em Torres Vedras. O momento contou com a presença de Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Umbelino, vereadora da Cultura da Câmara Municipal, Rui Brás, chefe da Divisão da Cultura, Património Cultural e Turismo, e João Garcia Miguel, diretor artístico do Festival.
Naquela que é a sua 3ª edição, o Novas Invasões volta a manifestar-se enquanto festa do existir, promovendo e privilegiando o encontro entre pessoas de diversas origens, abrindo portas às invasões de outras culturas e levando a uma viagem entre o passado e o presente.
O Festival arranca no dia 29 de agosto com uma Cerimónia de Abertura que irá decorrer no Forte de São Vicente e que irá contar com um espetáculo inovador que pretende fazer a aproximação entre o diálogo histórico e o contemporâneo.
Tudo começa com a celebração de um período sobre o qual assenta o primeiro impulso do Festival, recriando a época e o espírito que se viveu durante as Guerras Peninsulares e a construção das Linhas de Torres Vedras. A viagem segue até ao tempo atual, conjugando a pluralidade de ideias e de visões do mundo, de uma forma lúdica, incentivando a paixão e o êxtase pelo conhecimento de si e dos outros, e abrindo espaço para as utopias e mudanças da vida comum, através da expressão artística, da cultura, do pensamento partilhado e da convivência social.
No Novas Invasões há ainda um mercado oitocentista, com cerca de 70 bancas, que serve de palco e funciona como o cenário que estabelece a ligação entre o contemporâneo e o tempo passado, e onde as práticas e vivências associadas às Invasões Francesas são um dos pontos de destaque.
Em paralelo, a programação do Novas Invasões apresenta cerca de 100 atividades previstas para os quatro dias do evento, com espetáculos diários das mais variadas vertentes artísticas (teatro, dança, música, performance) e com representação de artistas provenientes de diferentes países. Os espetáculos da ópera comunitária É Possível Resistir, o II Encontro de Gaiteiros, a representação teatral A Bolha - Teatro com Marionetas e o Ballet Triádico coproduzido pelo Goethe Institut são apenas alguns exemplos das muitas performances às quais será possível assistir.
Invasão alemã
Ao país convidado cabe a organização de um ciclo de cultura que reúne representações de dança, música e literatura, e ainda várias experiências de degustação gastronómica que trazem até Torres Vedras os sabores da Alemanha. O workshop de caligrafia Fraktur e/ou Schwarbacher ou o de Danças Tradicionais Alemãs, a construção performativa Sonnambulo e a peça de dança Tao, são apenas alguns dos exemplos da presença do país "invasor” neste Festival. Além disso, não poderia faltar o destaque ao centenário da Bauhaus, que este ano se assinala um pouco por todo o mundo, e que terá também inúmeros momentos evocativos ao longo dos dias do Festival, com a apresentação de um conjunto de trabalhos sob influência direta de algumas obras e autores ligados a esta escola, como forma de lembrar a origem deste importante legado.
Exposições fotográficas, workshops, degustações gastronómicas, jogos tradicionais da época, passeios de burro, um cortejo de "Abastecimento ao Castelo" - que consiste em levar vários animais a beber água -, instalações sonoras evocando as invasões francesas ou instalações artísticas são outras das muitas intervenções culturais que espelham a invasão de culturas, neste que é um evento direcionado ao público em geral e, principalmente, às famílias que procuram um espaço de entretenimento, unindo expressão artística e criativa, cultura popular, partilha de pensamentos e convivência social, num contexto informal.
O Festival encerra no dia 1 de setembro com o Cortejo das Luminárias, num percurso entre o Largo de S. Pedro e o Parque do Choupal, que terá como ponto alto a revelação do país "invasor" convidado da próxima edição.