Metáfora Del Cuerpo Atado
01.05.2013
As esculturas de Rablaci são compostas por laranjeiras arrancadas das suas terras, com recurso a correntes, pregos e cordas; e as raízes estão voltadas para cima, como forma de revelação do drama de danos ambientais irreversíveis, aos quais o Homem submete a Natureza e a si mesmo.
O trabalho do artista é uma reflexão sobre o desenraizamento, a solidão e a desconexão, que para muitos é interpretado como um processo criativo que se refere ao abandono do respeito pela origem – de um solo fértil a um solo infértil – que constitui uma metáfora da Natureza que agoniza, como consequência dos mecanismos de produção humanos com os quais compartilha o espaço.
A escultura, que se funde com o orgânico, tem uma relação com a vida. Essa árvore despida de terra, que resiste à morte, é uma árvore que grita desesperada: troncos com os seus ramos voltados para o chão e as suas raízes para o céu, subvertem a relação do erguido com o céu.
A obra de Rablaci encontra-se numa fronteira: recria uma natureza fantástica a partir de um imaginário muito contemporâneo, em que tudo se pode transformar num espetáculo, o espaço de contacto entre a Arte e a Natureza.
Francisco Brugnoli, Curador do Museu de Arte Contemporânea da Faculdade de Artes da Universidade do Chile
RABLACI (1987 )
Nasceu em Valência, Espanha, a 25 de novembro de 1987.
Realizou os seus estudos seguindo a licenciatura de Belas Artes, na Faculdade de Belas Artes Hernández de Altea, em Alicante.
A sua obra, que esboça uma poética de profundo lirismo e vigor conceptual, manifesta-se sob o duplo signo da escultura e da fotografia.
Rablaci é um dos valores da nova geração de autores espanhóis e realizou já diversas exposições em vários países.
- Localização: Largo Frei Eugénio Trigueiros, Torres Vedras
- Data de execução: 2009
- Autoria: Rablaci (1987 - )
- Esta obra foi doada pelo autor ao Município de Torres Vedras