Município vai estudar o impacto social das atividades dos seus equipamentos culturais
21.03.2024
Torres Vedras é o primeiro município do país a aderir ao Compromisso de Impacto Social das Organizações Culturais (CISOC).
A subscrição da carta de princípios desse compromisso foi formalizada pela presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, e pelo comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, numa sessão realizada no dia 19 de março, no auditório do Edifício dos Paços do Concelho.
Essa sessão teve início com uma apresentação de enquadramento, efetuada por Clara Camacho e Maria Amélia Fernandes (do Plano Nacional das Artes), no decorrer da qual foi explicado que o CISOC constitui-se como uma medida de política pública do Plano Estratégico do Plano Nacional das Artes (inserida nos respetivos eixo de Política Cultural e programa de Impacto e Sustentabilidade), que se consubstancia: numa “ferramenta de apoio à autoavaliação do impacto social das organizações culturais, mediante a análise e a monitorização dos resultados atingidos, ajudando a identificar as suas necessidades e potencialidades”; e num “instrumento de planeamento agregador das dinâmicas relacionais com os públicos e complementar aos instrumentos de gestão de cada organização”.
De referir também que a Carta de Princípios do CISOC apresenta os seguintes objetivos estratégicos, a serem adotados pelas organizações que a subscrevem: “Manter e incrementar os públicos da organização cultural enquanto agentes culturais ativos, reforçando a sua participação, promovendo o seu envolvimento proativo em contextos de consulta e tomada de decisão, melhorando as experiências e aprofundando as relações colaborativas”; “Diversificar os públicos e envolver pessoas que não são participantes habituais, designadamente grupos socialmente desfavorecidos, impulsionando e estimulando o interesse, o envolvimento e a participação na organização cultural”; e “Reforçar a responsabilidade educativa, entendendo a organização cultural como território educativo”.
Na apresentação de enquadramento efetuada na sessão de assinatura do protocolo de adesão do Município ao CISOC foi ainda explicada a metodologia e o processo de operacionalização relativos a esse compromisso.
De referir que o mesmo será desenvolvido em todos os equipamentos culturais do Município, facultando o Plano Nacional das Artes apoio nesse processo.
Segundo a vereadora da Cultura da Câmara Municipal, Ana Umbelino, a adesão do Município ao CISOC acontece num momento propício, na medida em que o Plano Estratégico de Cultura do Município levou à recente criação da Rede Cultura de Torres Vedras, um facto que pode contribuir para que outras organizações do Concelho venham igualmente a subscrever a referida carta de princípios. Também na sessão de assinatura do protocolo de adesão do Município ao CISOC, Ana Umbelino frisou a importância desse passo na medida em que a partir do mesmo será possível conhecer melhor os públicos dos equipamentos culturais torrienses, a relação que estabelecem, as formas de participação que preconizam e a relevância da programação cultural do Município, a qual se destina a diversos públicos de um território que está ele próprio em mutação demográfica.
Já o comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, na intervenção que proferiu na referida sessão, sublinhou que a conceção do CISOC teve como intuito levar a uma abertura das organizações culturais aos cidadãos, consciencializando-as do seu papel social e educativo. Ainda segundo Paulo Pires do Vale, a iniciativa de criação do CISOC visou também promover a própria saúde da Democracia, já que as organizações culturais têm um papel no estímulo da participação na vida comunitária.
No término da sessão de assinatura do protocolo de adesão do Município ao CISOC usou da palavra a presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, que, na ocasião, elogiou o trabalho minucioso e de qualidade que está subjacente à criação do instrumento que o Município acabara de adotar. Também na sua alocução, Laura Rodrigues salientou a importância de os agentes culturais do Concelho trabalharem em rede, bem como o facto de serem cada vez mais visíveis os resultados do trabalho continuado do Município com o intuito de incrementar os públicos para as atividades culturais que promove.