Nuno Vasa
29.06.2017
Nuno Vasa (Torres Vedras, 1974), tal como um dominó perfurado, uma criação sua em curso que mostra ambos os lados/ faces, mostra o seu jogo.
Artista que assenta a criação da sua obra na transparência da pessoa que é, a humildade, sinceridade para consigo, os outros e o que o rodeia. Pensa no que sente por um objeto e dá-lhe mais uma vida.
Na sua marca A Outra Coisa, é exemplo um balde de pedreiro que oferece várias possibilidades dando-lhe mais brilho, mais cor, iluminando-o, conferindo-lhe personalidade. O seu olhar sobre um objeto transforma-o numa peça de design de autor.
Formado em escultura pela Escola Universitária das Artes de Coimbra (A.R.C.A. – U.E.A.C.), completa estudos em Londres no Chelsea College of Art & Design. Em 2006 integra a mostra Contemporary Portugal apresentada na Galeria Vartai, Lituania. Entre os seus principais projetos encontram-se Home (Col. IVAM – Instituto de Arte Moderna da Valência), Kiss Me With Red Lips And I´ll Never Be The Same (Casa Velázquez, Madrid) ou Possible Dinner (Odminiu Square, Venius – Capital Europeia da Cultura 2009). O seu trabalho explora a escultura, o vídeo, a instalação e, recentemente, o design de produto, categoria na qual obteve o prémio “POPs” – Projetos Originais Portugueses da Fundação de Serralves (2012). Está representado em várias coleções públicas e privadas como o Museu de Arte Contemporânea de Elvas – Coleção António Cachola e Centro de Arte Dos de Mayo de Madrid (CA2M). Em 2012 é convidado e representa Portugal na III BID – Bienal Iberoamericana de Design. Em 2014 integra a exposição, Como se pronuncia design em Português? 1980 – 2014 no MUDE, Lisboa. Recentemente realizou para o Arte Institute Prazeres 28, o elétrico de cortiça que viajou para o Kennedy Center em Washington.
Nuno Vasa envolve o espetador, uma vez que cria para as pessoas, com coisas das pessoas, transmitindo-lhes o amor que sente pelo que faz e esperando somente que alguém também sinta algo e acrescente ainda mais vida à sua obra.
Sem receios, mostra a sua essência de forma coerente, porque confia e é fiel a si mesmo. Entrega-se com honestidade, sinceridade e seriedade àquilo que é uma extensão de si e que oferece ao espectador. Por isso, aceita um pedido específico de trabalho desde que não lhe sejam impostos limites à sua liberdade de criação e produção.
Não diz não a um bom desafio! Quando recebe uma valorização do seu trabalho como a atribuição de um prémio (como foi o caso de Home que lhe conferiu uma bolsa de estudo pela Casa Velázquez, em Madrid 2005), sente-se impulsionado, estimulado para o processo de uma nova criação capaz de surpreender quem a recebe, surpreendendo também as suas expectativas e a si próprio.