Passos na cidade...
01.01.2016
Com o Carnaval à porta, as cores e a música convidam a um passeio pelas ruas do centro histórico onde se escondem mistérios de outros tempos.
Muito se tem falado das Linhas de Torres e nas fortificações que se estendem pela paisagem mas, desta vez, preparámos um roteiro na cidade. Convide a família e venha daí, numa visita guiada, por outros cenários das invasões francesas.
Tome como ponto de partida o Convento da Graça, onde foi instalado, em 1808, um hospital de campanha ao serviço das tropas britânicas. Mesmo ao lado, a Igreja de mesmo nome, servia, nesta data, de armazém de mantimentos, à semelhança de muitas outras na cidade, e onde estava instalado o Comissariado. Aproveite e visite a exposição Guerras Peninsulares: 1807 – 1814, no Museu Municipal Leonel Trindade. À saída, na Praça 25 de Abril, depara-se com o Obelisco, o monumento evocativo ao exército luso-britânico, instalado neste jardim em 1954. Em cada uma das faces, estão representados quatro momentos marcantes das invasões francesas. Descubra quais foram!
Seguindo em direção ao centro, faça uma pausa na Praça da República e repare na fachada do Corte Ideal. Sabia que nesta casa foi instalado, entre 18 e 22 de agosto de 1808, o quartel-general de Junot – comandante francês durante a 1ª invasão? Se as paredes falassem…
Continue o passeio, agora em direção aos Paços do Concelho. O antigo edifício camarário não poderia deixar de fazer parte destes feitos e, na sala do tribunal, foi instalado, pouco depois da batalha do Vimeiro (21 de agosto de 1808), o quartel-general do comissário inglês Baxter.
Na mesma praça procure a Casa da Avó Gama e prove a requintada doçaria confecionada com uma pitada de história e uma boa dose de inspiração!
Em direção ao topo da cidade, o Castelo, com a sua posição privilegiada, foi adaptado ao tiro de artilharia com a instalação de canhoneiras no palácio e sobre a muralha nordeste. De vista altaneira, daqui se cruzava fogo entre o Forte da Forca e o Forte de S. Vicente, que dispensa apresentações.
De regresso ao centro, contorne a Igreja de S. Pedro e chega ao Largo Wellington. Este largo é uma homenagem à memória do homem que venceu Napoleão. O Duque de Wellington destacou-se pela sua capacidade estratégica no planeamento e construção das Linhas de Torres Vedras.
Para terminar a visita em pleno, fica o convite para uma experiência gastronómica no restaurante Taberna 22. Suba ao primeiro andar e delicie-se com um retrato singular sobre os telhados, as ruas e praças por onde passou. Uma sugestão? O Bacalhau à Taberna 22 ou um Bife de Atum com batata-doce.
Repouse enquanto a sua imaginação o transporta no tempo e porque o tema da grande festa é Figuras e Figurões, quem sabe este momento de história o inspira para o Carnaval…
Marta Fortuna