Porta a Porta
01.11.2014
Uma das vantagens de viver na cidade é ter por perto comércio e serviços, sair de casa e encontrar tudo à mão sem ter de depender de transportes. Mas para quem tem mobilidade condicionada as coisas são bem diferentes, algo tão simples como ir às compras revela uma série de obstáculos.
Foi a pensar nestas pessoas que em abril de 2013 entrou em funcionamento o serviço de transporte Porta a Porta que, como o nome indica, oferece uma solução personalizada de deslocação, transportando quem tem dificuldade de locomoção de suas casas aos locais onde pretendem ir.
Desde a entrada em funcionamento o Porta a Porta fez cerca de 40 mil quilómetros, sendo que a maior parte dos pedidos se destinaram a equipamentos de saúde, nomeadamente centros de saúde, hospitais e laboratórios de análises. Mas há outros pedidos, que vão desde serviços, como os correios, ao comércio, como o Mercado Municipal. Acompanhámos um dia no Porta a Porta para perceber melhor o funcionamento do serviço.
Num dia como qualquer outro Henrique Fidalgo, motorista do Porta-a-Porta, chega à rua Teresa de Jesus Pereira às 9h00. Para o senhor José*, que se desloca em cadeira de rodas, são horas de ir para o Centro de Dia, acompanhado do seu filho. José fica em Varatojo e a carrinha volta à cidade para deixar o seu acompanhante, seguindo depois para a rua da Várzea para recolher outra passageira.
Inês* precisa hoje de ir às compras e, para essa tarefa, conta com o apoio de uma voluntária do serviço de voluntariado de proximidade e com a carrinha Porta a Porta. Inês e sua acompanhante são levadas a um supermercado e ao Mercado Municipal. Feitas as compras, por volta das 11h30, Henrique conduz Inês e os seus sacos de compras de volta a casa.
Da parte da tarde há mais ruas para percorrer. António*, residente na rua das Linhas de Torres, lembra-se bem de subir e descer a encosta de S. Vicente a pé para ir à vila mas hoje os tempos são outros e as pernas já não lhe deixariam deslocar-se pelos seus próprios meios à clínica de análises. É por isso que o Porta a Porta chega às 13h00 a sua casa e o leva à clínica, havendo lugar para dois dedos de conversa pelo caminho, porque o Porta a Porta é mais do que um mero serviço de táxi, é também um meio de integração.
A carrinha deixa António na clínica e mais tarde devolve-o a casa mesmo antes do último serviço do dia. São 16h00 e está na altura de José regressar a casa. Henrique conduz de novo para o Centro de Dia para trazer José à rua Teresa de Jesus Pereira e terminar o dia tal como começou.
Para estas pessoas o Porta a Porta faz todos os dias a diferença na melhoria das suas condições de vida e na integração em sociedade. Quem se desloca todos os dias facilmente e pelos seus próprios meios dificilmente dá o devido valor a esse privilégio. Pense nisso da próxima vez que vir passar a carrinha Porta a Porta.
* Os nomes de utilizadores apresentados são fictícios.
Colaboradores/funções:
Henrique Fidalgo – Motorista
Margarida Travanca – Receção e gestão dos pedidos
Nélia Feliciano – Coordenação técnica do projeto
Legenda da Fotografia (da esquerda para a direita): Henrique Fidalgo e Nélia Feliciano
- dias úteis das 7h30 às 12h00 e das 13h30 às 16h00
- Transportes regulares ou pontuais (com antcedência mínima de 24 horas)
- Marcações: 808 200 066 | 261 320 755
- Bilhete simples: € 0,25 para utente | € 0,50 para acompanhante
- Bilhete mensal: € 7,50 para utente | € 15,0 para acompanhante