Sr. Vinho - DESINFORMAÇÃO
12.03.2010
Na sequência da notícia publicada na edição de 05/03/10 do Jornal Badaladas, cumpre-me esclarecer:
Pela mão do seu Director, o Badaladas, na sua edição de 05/03/10, deu notícia sobre a aquisição pela Câmara Municipal, de uma obra de arte de Joana Vasconcelos, sob o título “Senhor Vinho custa 300 mil euros”.
Não querendo pôr em causa o conteúdo da informação, não posso deixar passar em claro a desinformação que o título contém, pois é falso e o Sr. Director sabe que é falso.
É bom que se diga que os órgãos de comunicação social regionais foram convidados a estarem presentes na inauguração da exposição retrospectiva da artista plástica Joana Vasconcelos, que ocorreu no dia 01/03/10, no Centro Cultural de Belém, tendo o Badaladas enviado o próprio Director do Jornal.
Na declaração aos jornalistas ocorrida no local, à primeira e única pergunta feita pelo Badaladas, “quanto é que custa?”, por mim foi dito que teríamos que equacionar três valores: o valor da obra atribuído pela Artista que é de € 300.000,00, o valor de aquisição pela Câmara Municipal que não estava em condições de revelar, a pedido da Autora, mas que é muito inferior ao valor da obra e, ainda, o valor dispendido pela Autarquia que será inferior ao valor da aquisição, pois estamos a negociar o patrocínio da peça com duas instituições nacionais.
Fácil é concluir ser errada e falsa a informação que “Senhor Vinho custa 300 mil euros”.
Mais grave ainda, é não se tratar de um lapso ou de um erro de interpretação, pois o Sr. Director tem consciência que esse não é o valor de custo da escultura para a Câmara Municipal, tendo agido e escrito de forma deliberada.
Lamento que o “Badaladas”, neste caso, e por intermédio do Sr. Director, não tenha cumprido a sua função de informar as pessoas, nomeadamente os torrienses.
Por último, um reparo, uma informação e uma sugestão.
O reparo pelo facto do Sr. Director tendo estado na inauguração da exposição da Joana Vasconcelos, que será certamente um dos acontecimentos do ano no mundo das artes plásticas em Portugal, não tenha dedicado uma palavra, uma letra sequer, ao currículo da Artista e ao seu percurso internacional, o que revela o espírito e propósito da peça (des)informativa.
A informação, é que ao contrário do que é dito no artigo, a Câmara Municipal não se adiantou a ninguém na aquisição do “Sr. Vinho”.
A Câmara Municipal convidou a Joana Vasconcelos a apresentar proposta de uma obra de arte para o Mercado Municipal, tendo a mesma respondido através de dois projectos, onde se incluía o “Sr. Vinho”, sobre o qual recolheu a escolha.
Depois de negociado o valor da aquisição, em condições verdadeiramente excepcionais para a Câmara Municipal, a escultura foi produzida para Torres Vedras, ficando prevista a possibilidade de vigorar na exposição do CCB, caso ficasse pronta a tempo.
A sugestão, é que visitem a exposição da Joana Vasconcelos no Centro Cultural de Belém, onde encontrarão um percurso muito coerente e quase sempre divertido pelas obras da Artista e, à entrada e/ou à saída, vejam o “Sr. Vinho” que está no Jardim das Oliveiras, sendo já um pedaço de Torres Vedras em Lisboa.
Numa altura em que a pressão sobre os órgãos de comunicação social está na ordem do dia, faço questão de pessoal e publicamente dar conta do que considero uma desinformação, não para pressionar quem quer que seja, mas tão só para repor a verdade.
Ao “nosso” Badaladas, mas muito especialmente ao Sr. Director, apresento os meus votos sinceros de melhor (in)formação.
Carlos Manuel Soares Miguel
(Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras)