O Conselho Municipal de Ação Climática de Torres Vedras voltou a reunir-se, na tarde do passado dia 28 de março, no auditório do Edifício dos Paços do Concelho.

A iniciar-se essa quarta reunião desse conselho, o qual funciona, recorde-se, como uma instância de consulta e concertação relativa à política de Ação Climática do Município, usou da palavra a vereadora do Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal, Dulcineia Ramos, que, na ocasião, chamou a atenção para a recente ocorrência da depressão Martinho, que se constituiu, segundo as suas palavras, como mais um alerta para a vulnerabilidade da região em que o Concelho se insere a fenómenos climáticos extremos e para a necessidade de se fortalecer localmente as estratégias de adaptação climática. Na mesma alocução, Dulcineia Ramos frisou o trabalho de arborização que tem sido levado a cabo pelo Município, tendo a esse propósito referido que no final de 2024 o Concelho contava com um total de 67,28 hectares de áreas arborizadas pelo Gabinete Técnico Florestal e pela Área de Espaços Verdes da Câmara Municipal. Ainda segundo palavras da vereadora do Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal, na mais recente campanha municipal de arborização foram plantadas 152 novas árvores, tendo 125 sido plantadas dentro do perímetro urbano da Cidade, precisamente com o objetivo de mitigar as ondas de calor na mesma.

Posteriormente, na reunião, foi efetuado um ponto de situação relativamente à Agenda 2030 de Torres Vedras e transmitida informação relativa à monitorização do Plano Municipal de Ação Climática de Torres Vedras, a que se seguiu uma abordagem a um conjunto de projetos na área da Ação Climática que têm estado a ser desenvolvidos pelo Município.

Um deles é o Pacto de Ação Climática, uma iniciativa que tem, relembre-se, como objetivo principal, envolver cidadãos, empresas e instituições, bem como o Município, numa ação colaborativa para a descarbonização do território concelhio e o aumento da sua resiliência climática aos impactos das temperaturas elevadas, da precipitação excessiva, das secas e de outros riscos associados às alterações climáticas. Neste momento 11 entidades já subscreveram o Pacto Municipal de Ação Climática (Sealand, APAS Floresta, Capitania do Porto de Cascais, Agrupamento de Escolas Henriques Nogueira, ACIRO - Associação Comercial, Industrial e Serviços da Região Oeste, Incluir +, Externato de Penafirme, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, Unidade Local de Saúde do Oeste, Smart Farm Colab e Live with Earth).

Outro projeto do Município na área da Ação Climática que se encontra em implementação e que foi apresentado na quarta reunião do Conselho Municipal de Ação Climática é o Torres Vedras Espaço Energia, o qual se relaciona com a Rede de Espaços Energia coordenada pela ADENE - Agência para a Energia, uma rede de balcões onde o cidadão beneficia, por exemplo, de apoio ao nível de medidas de eficiência energética e de energias renováveis, bem como da redução de consumos energéticos. O Torres Vedras Espaço Energia funcionará no Torres Vedras LabCenter, sendo que a criação desse balcão deverá ser financiada pelo Fundo Ambiental.

Seguidamente, na reunião, foi apresentado o projeto Brigadas do Ambiente, o qual pretende levar à criação, em cada freguesia do Concelho, de grupos de voluntários que assumam um compromisso a longo prazo na realização de ações de voluntariado ambiental. Refira-se que essas brigadas poderão desenvolver atividades em oito áreas de ação: Litoral; Rios; Florestas; Ar; Biodiversidade; Resíduos; Educação Ambiental; e Espaço Urbano.

Ainda na mais recente reunião do Conselho Municipal de Ação Climática foi apresentada a Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras, uma iniciativa participativa que visa incentivar a comunidade a propor a implementação de projetos alinhados com os objetivos do Plano Municipal de Ação Climática. Na edição de 2024 dessa iniciativa foram apresentadas 19 candidaturas (8 de associações, 4 de empresas e 7 de particulares).

A terminar a reunião voltou a usar da palavra a vereadora Dulcineia Ramos, que realçou nessa sua intervenção a importância do trabalho do Conselho Municipal de Ação Climática para que Torres Vedras se mantenha na linha da frente na área da Ação Climática, tendo ainda reiterado a premência do reforço das parcerias para se enfrentar os desafios das alterações climáticas.