Os projetos selecionados no âmbito da primeira edição da Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras foram apresentados numa cerimónia que se realizou na tarde de ontem, dia 23 de abril, no anfiteatro do Parque Verde da Várzea.

Recorde-se que a Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras é uma iniciativa enquadrada no Plano Municipal de Ação Climática de Torres Vedras, por meio da qual são apoiados projetos locais de combate e/ou adaptação às alterações climáticas. Na primeira edição da iniciativa, em que a mesma contou com uma dotação financeira total de 30.000€ (sendo que a verba máxima que podia ser atribuída a cada projeto era de 6.000€), foram apresentadas 19 candidaturas (8 de associações, 4 de empresas e 7 de particulares). Os seis projetos selecionados foram:

- Ecoprojeto Fontainhas (projeto que consiste na requalificação de um espaço natural com o objetivo de criar uma parceria com instituições de apoio à terceira idade para partilha de técnicas ancestrais, conhecimento local e sensibilização para alterações climáticas e a escassez de água) | Proponente: Sónia Dias | Verba atribuída: 4.950,00 €

- Jardins Públicos Diversos (projeto que consiste na requalificação de dois espaços verdes geridos pela União das Freguesias de Campelos e Outeiro da Cabeça) | Proponente: Quercus | Verba atribuída: 4.009,60 €

- Agrofloresta Mediterrânica da Caria (projeto que se foca na regeneração de um agroecossistema ripícola através da plantação de uma agrofloresta de sucessão natural) | Proponente: Quinta da Caria | Verba atribuída: 6.000,00 €

- Oficina de Agrofloresta – Centro Educativo da Ventosa (projeto educativo que propõe o envolvimento ativo das crianças do Centro Educativo da Ventosa na criação e manutenção de uma agrofloresta regenerativa, preparando-as para enfrentar os desafios das alterações climáticas e da redução da biodiversidade) | Proponente: Associação de pais e encarregados de educação dos alunos do Agrupamento de Escolas de São Gonçalo | Verba atribuída: 5.938,00 €

- Recolha e reserva de águas pluviais ao nível doméstico (projeto que consiste num programa de ações de (in)formação e sensibilização dirigido à comunidade escolar, que tem como finalidade sensibilizar para a importância da poupança de água e da recolha e armazenamento de águas pluviais) | Proponente: Florest – Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura | Verba atribuída: 3.102,40 €

- Sistema agroflorestal na vinha (projeto que se foca na implementação de um sistema agroflorestal na vinha, composto por árvores autóctones e sebes vivas, com contributos diretos para a neutralidade carbónica e para a adaptação e aumento da resiliência climática do território) | Proponente: Afonso & Nicolau – Vinhos | Verba atribuída: 6.000,00 €

De referir que a primeira edição da Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras, uma iniciativa que se constitui como um instrumento de democracia participativa da Câmara Municipal, contou com a parceria da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto Politécnico de Leiria, tendo o seu financiamento sido assegurado pela Fundação Calouste Gulbenkian, o que decorre do facto de a Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras ter sido um dos 11 projetos vencedores da Iniciativa de Ação Climática, um concurso que foi promovido por esta fundação e ao qual se candidataram 138 projetos.

Por essa razão, na cerimónia de apresentação dos projetos selecionados no âmbito da 1.ª edição da Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras esteve presente Sara Pais (gestora de projetos no Programa Equidade e Sustentabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian e responsável pela Iniciativa de Participação Climática), que, na ocasião, destacou o caráter inovador e participativo da iniciativa municipal torriense por meio da qual a sociedade civil é desafiada a apresentar projetos na área da Ação Climática complementares ao trabalho do Município nessa área. Também na sua alocução, Sara Pais referiu que os seis projetos selecionados na primeira edição da iniciativa refletem o poder da colaboração e são exemplo de como a Ação Climática pode surgir da comunidade.

Na cerimónia esteve também presente a presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, que na sua intervenção elogiou a exemplaridade dos projetos selecionados no âmbito da 1.ª edição da Plataforma de Ação Climática de Torres Vedras devido à sua pertinência. Ainda segundo Laura Rodrigues, esses projetos podem inclusivamente vir a ser inspiração para comportamentos sustentáveis e ter um efeito de contaminação no território torriense.