Situada inicialmente num espaço da atualmente designada Praça da Liberdade (na zona fronteira ao Tribunal de Torres Vedras), esta estátua foi transferida em 2002 para a zona da rotunda situada nas imediações do Lar de São José, perto do local onde viria a ser construído o Centro Pastoral de Torres Vedras.

A execução e instalação desta estátua constituiu-se como uma homenagem do Município.

De referir que o bispo missionário franciscano D. Rafael Maria Assunção nasceu no Varatojo a 8 de agosto de 1874. Ordenado sacerdote a 11 de abril de 1897, exerceu, segundo o jornal Badaladas, a sua atividade missionária maioritariamente em Moçambique, tendo presidido a essa atividade na Beira. A sua principal obra foi a criação de uma Escola de Artes e Ofícios nesta cidade moçambicana, para além da construção da catedral da mesma. Contribuiu também para a construção da catedral de Lourenço Marques (atual Maputo). Fundou missões em vários locais de Moçambique, tendo num deles estabelecido um seminário indígena. Um vasto outro conjunto de iniciativas de caráter religioso, educacional e económico foram empreendidas por D. Rafael Maria da Assunção, figura incontornável da História das Missões Portuguesas. Foi nomeado bispo de Augusta e prelado de Moçambique a 16 de novembro de 1920. Desenvolveu importantes diligências para a criação do Estatuto Missionário. Foi distinguido pelo Estado Português com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a Ordem do Império. Depois de 38 anos de atividade em Moçambique, foi transferido para Cabo Verde. Após o pedido de resignação à diocese deste território, à época ultramarino, foi nomeado bispo de Limira. Faleceu em Lisboa no dia 22 de novembro de 1959.

Ainda segundo o jornal Badaladas, a inauguração da estátua de homenagem a D. Rafael Maria de Assunção integrou-se num périplo efetuado no Concelho por Afonso Marchueta (o então governador civil de Lisboa), tendo o patriarca de Lisboa da altura, António Cerejeira, também marcado presença no ato.

Usaram da palavra no mesmo o à época presidente da Câmara Municipal, António Teixeira de Figueiredo, bem como o então provincial dos franciscanos, David de Azevedo, que na sua intervenção afirmou “O sr. D. Rafael, como missionário, integra-se na vocação e história descobridora e civilizadora de Portugal; isto é, a sua alma foi cheia da mística do descobridor, do rasgador de trevas, do oferecedor da luz e do bem”.

• Autoria: Rafael Calado
• Data de inauguração: 28 de março de 1971
• Localização: junto à rotunda em que confluem a Rua António Leal d' Ascenção e a Rua António Maria de Sousa, em Torres Vedras