A terceira edição do programa MAPAS passou pelo concelho de Torres Vedras, nos dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro, com uma programação artística diversificada que juntou artistas, associações e a população, num ambiente de arte, partilha e envolvimento local.

Concebido pela Omnichord, estrutura artística gerida pela Ccer Mais - Cooperativa Para A Criação e Promoção Cultural, Educacional, Marketing e Intervenção Social, e coproduzido pela Câmara Municipal de Torres Vedras com o apoio da Direção-Geral das Artes, este programa conta com o envolvimento de diversos artistas, das organizações e das comunidades residentes. O mesmo tem como eixo central a colaboração e proporciona nas suas passagens um conjunto de residências de criação artística, que se destinam a públicos diversos.

Na tarde de 31 de outubro, primeiro dia da programação do MAPAS, a Cooperativa Comunicação e Cultura, em Torres Vedras, foi palco da apresentação de “Vinte sete”, uma instalação artística da Casota Collective em colaboração com o Gabinete de Apoio à Deficiência Visual de Torres Vedras. Uma peça que falou sobre a forma como vemos e como continuamos a ver, mesmo quando a visão já não está presente - um exercício de presença, memória e escuta.

Na manhã do dia seguinte, 1 de novembro, o programa seguiu para as Carreiras onde decorreu a atividade “Se eu fosse a ti vinho”, de confeção de petiscos, dinamizada por Rui Souza, compositor, multi-instrumentista e criador do projeto artístico Dada Garbeck, que envolveu a comunidade local num momento de partilha de memórias e histórias.

A tarde prosseguiu no Clube União A-da-Rainha, na Carvoeira, onde a bailarina e coreógrafa Alice Duarte e a violoncelista Joana Guerra apresentaram “Manta de Retalhos”, uma residência artística com a comunidade das Carreiras, que cruzou memória e presente, numa performance viva entre práticas artísticas e gerações, constituindo-se como uma oportunidade de experienciar arte, memória e comunidade, em convergência.

Seguiu-se um concerto protagonizado pela Cremalheira do Apocalipse – banda formada no âmbito do projeto comunitário "Tum Tum Tum" do Centro Social de Soutelo, em Rio Tinto, que proporcionou a quem assistiu sonoridades únicas de objetos como bidons e baldes, que rivalizam com as das convencionais guitarras, teclados e baterias.

A programação deste segundo dia do MAPAS encerrou com uma residência artística que contou com a participação da cantora e compositora Bia Maria, em parceria com o coletivo Esperteza Saloia e com a Sociedade Filarmónica Ermegeirense. Um momento musical que uniu os sons do fado, pop, bossa nova e canto popular à música tradicional da região Oeste.

No dia 2 de novembro, último dia deste programa multidisciplinar, o MAPAS “visitou” o Parque da Ermegeira, onde a manhã começou com a atividade de patins “Dos Pés à Cabeça” dinamizada pela Mad Roller, um momento divertido e que lançou o mote da boa disposição para a programação que se seguiu: um concerto de música popular portuguesa com Vasco Ribeiro e Francisco Nogueira e um piquenique aberto a toda a comunidade.

Já no período da tarde decorreu a oficina “À Descoberta da Ermegeira”, promovida pela Casa Voadora, que transformou o parque num território de descoberta sensorial para os mais novos. Seguiu-se a residência artística “Ganda Galo” de Carlos Roxo com o Grupo Sénior da Folgorosa, e o concerto do Coro dos Anjos, que trouxe ritmo e emoção.

A fechar este último dia e a edição de 2025 do MAPAS, Bia Maria, em colaboração com a Sociedade Filarmónica Ermegeirense e o coletivo Esperteza Saloia regressaram novamente para um concerto cheio de alegria, e que proporcionou momentos de dança aos presentes naquele espaço verde.

Esta edição do MAPAS permitiu continuar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com as entidades parceiras, de envolvimento da população nos processos artísticos, do reforço da identidade e a identificação da comunidade com a cultura, da criação de espaços de convergência, e do desenvolvimento sociocultural sustentável.

Créditos fotográficos: Vera Marmelo / Mapas