Agenda
Sérgio Carolino & Ensemble Darcos
Até 18 de novembro 2023
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19h00
Evento já ocorrido
Esta atividade integra o(s) programa Temporada Darcos 2024
Patenteada em 1835 por Wilhelm Wieprecht (1802-1872) e Johann Moritz (1777-1840), a tuba é um instrumento extremamente versátil e o seu âmbito de timbres e de dinâmicas absolutamente notável. Só muito recentemente tem vindo a chamar atenção paras as suas potencialidades, sendo alvo de atenção redobrada por parte dos compositores contemporâneos que vêm na tuba, justamente, um dos instrumentos mais eloquentes do universo musical. Não será despiciendo afirmar que Sérgio Carolino tem sido um dos seus maiores paladinos. Reconhecido internacionalmente como virtuoso da tuba, não só desenvolveu um domínio técnico absoluto, como encetou uma carreira assente no princípio da versatilidade e cruzamento de estilos.
Radicado em Portugal desde 1990, Daniel Schvetz (n. 1955) tem-se notabilizado por uma acção pedagógica notável e por um corpus musical diversificado e apelativo. As 3 peças, adaptadas para tuba e quarteto de cordas, inspiram-se no tango da sua Argentina natal. Também em estreia absoluta, encomenda do Ensemble Darcos, o Quinteto de Anne Victorino D’Almeida (n. 1978) foi escrito em estreita colaboração com o solista. Reconhecida além-fronteiras pelo seu estilo eclético, é uma das compositoras portuguesas mais prolíferas da sua geração. Num registo diferente, o Quarteto op.83 faz parte de um conjunto de obras compostas em simultâneo, entre 1917-1919, por Sir Edward Elgar (1857-1934). Concluído após o Armistício da I Guerra Mundial, pressente-se em cada um dos seus 3 andamentos uma ânsia atribulada, um desalento esperançoso, travestidos de um lirismo ultra-romântico de pendor idílico que caracteriza boa parte do discurso musical do compositor.
D. Schvetz (n. 1978)
I. Moderato Tangabile
II. Breve Monólogo
III. Pirilampo assim
Anne Victorino D’Almeida (n. 1978)
Quinteto para Tuba e Cordas– estreia absoluta – encomenda Ensemble Darcos
E. Elgar (1857 – 1934)
Quarteto de cordas em Mi menor, op. 83
I. Allegro moderato
II. Piacevole (poco Andante)
III. Allegro molto
Atividade Gratuita
"Nesta nova edição da Temporada Darcos, propomo-nos seguir a linha que tem norteado as temporadas anteriores: grande música, grandes intérpretes, mas procurando sempre pontos de contacto entre diferentes tradições, privilegiando o ecletismo e a inclusão. Por isso, desta vez escolhemos o lema da união pela música. Num mundo ainda muito desunido, dividido pelas políticas, pelas religiões, pelas desigualdades e pelos abomináveis racismos, cabe à arte proclamar bem alto que o único futuro sustentável é o da união.
A união pela paz, pelo amor, pelo planeta e pela liberdade. A união dos povos. Nós e os outros, duas realidades diferentes, mas na utopia que desejamos para o mundo as diferenças esbatem-se e convergem numa única realidade. É com esta convicção que a Temporada Darcos apresenta o seu projeto de fusão entre o fado e a música tradicional afegã, através da colaboração entre o Ensemble Darcos e o ANIMP (Afghan National Institute of Music), com o fadista Marco Oliveira e o guitarrista Miguel Amaral. Segundo o mentor e diretor do ANIMP, Dr. Ahmad Sarmast, dezenas de jovens estudantes afegãos fugiram ao terrível regime Talibã, viajando 6.592 quilóme-tros para poderem ter um futuro, e para que a música tradicional afegã pudesse sobreviver. Parece-nos triste e paradoxal que uma tradição milenar necessite do exílio para garantir a sua existência e preservação…
Também sob a égide da união, e visando criar pontes culturais de índole humanista, o mais ambicioso projeto da Temporada Darcos, Europa Sinfónica, será finalmente retomado (em suspenso desde 2020 devido aos anos de pandemia), com a primeira visita a Portugal da Orquestra da Ópera Estatal da Hungria, um dos mais antigos e prestigiados agrupamentos musicais europeus, e com a Orquestra da Toscana, instituição capital daquela região italiana, com sede em Florença. Estes dois programas terão como solistas os aclamados artistas portugueses António Rosado e Eduarda Melo. O ano de 2023 verá ainda nascer o projeto Folias, terceiro livro da série para coro e instrumentos, Novíssimo Cancioneiro, de Nuno Côrte-Real, desta vez inteiramente dedicado às danças portuguesas, reper-tório rico e variado que é mister revitalizar com vista a uma maior presença artística no panorama contemporâneo.
De destacar, por último, a estreia do projeto de fusão estética entre o jazz e o clássico, Nas asas do indefinido, com o Ensemble Darcos e a internacional cantora portuguesa Maria Mendes, procurando caminhos de fusão e desco-berta entre aqueles dois mundos distintos. Podíamos projetar neste último projeto musical, como exercício para as nossas próprias vidas, o caminho que a humanidade parece cada vez mais estar a necessitar: tomar o oposto, o contrário, o aparentemente inconciliável, e conciliá-los; entender as diferenças, aceitar as distinções, compreender as essências, e num desejo sincero de harmonia, conceber um horizonte onde a natureza varia do Homem possa existir pacificamente e sem mácula. Utopia, nunca te esqueceremos!" Nuno Côrte-Real
“A cultura é o grande observatório do humano” José Tolentino Mendonça (2021)
Na sua 16ª edição, a Temporada Darcos propõe um programa artístico que elege “A união pela música” como impulso e horizonte. Longe de constituir um cliché semanticamente esvaziado pela repetição, a afirmação prefigura um manifesto pelo direito a construir uma nova narrativa do futuro.
A Temporada Darcos enraíza-se num movimento cultural agregador de matriz cosmopolita que promove o encontro entre “diversidades”, aprofundando o diálogo, a cooperação e a participação cidadã. Repousa na profunda convicção de que as Artes e a Cultura – conceito poliédrico – devem assumir um papel central e não ornamental no âmago de qualquer projeto de desenvolvimento territorial. Ao longo da sua trajetória, um sistema capilarizado de relações tem sido delicadamente tecido, dirimindo distâncias entre instituições, coletivos artísticos e comunidades.
Na sua dimensão processual, a Temporada Darcos concorre para a edificação de uma ecologia de práticas colaborativas que, assentes na mutualização de experiências, conhecimentos e competências, aportam inovação e abrem caminho a diálogos fecundos materializados em projetos comuns.
Enquanto movimento fortemente comprometido com a educação, inequívoca alavanca de transformação, a Temporada Darcos tem contribuído para salvaguardar a acessibilidade a um patri-mónio artístico em permanente (re) criação e avigorar a literacia musical de uma “vasta maioria”.
A música, na sua pluralidade de expressões, é um universal de cultura, uma linguagem de convergência que nos projeta num espaço identitário partilhado. Em tempos marcados pelo desencanto, incerteza, fragmentação, dissolução e insularidade, a música, mais do que uma experiência salvática, hiperbolicamente escapista, ou de estrita e efémera fruição estética, oferece a possibilidade de pensar novas formas de habitar o mundo, de ousar outras vidas em comum." Ana Umbelino
Direção artística
Nuno Côrte-Real
Consultoria
Afonso Miranda
Projetos especiais
Vanessa Pires / Artway
Textos
José Bruto da Costa
Produção executiva
Bruna Moreira
Assistente de produção
João Barrinha
Gestão de apoios
Jorge Reis
Relações públicas e assessoria de imprensa
Débora Pereira
Contabilidade
Luís Silvestre
Imagem gráfica
Olga Moreira a partir de fotografias de Jorge Carmona
Comunicação e imagem
Câmara Municipal de Torres Vedras