Torres Vedras

Agenda

Grandes Quartetos II

Temporada Darcos 2025

6 de dezembro de 2025 | sábado | 19h00

Música

Local: Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa

Esta atividade integra o(s) programa Temporada Darcos 2025

Autor de 17 quartetos de cordas (entre 1915 e 1957), uma das maiores séries de quartetos do século XX, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) é considerado o mais importante compositor brasileiro de todos os tempos.
Figura peculiar pela multiplicidade de referências convocadas, de Haydn a Bach, passando pelo folclore brasileiro e pela música indígena, Villa-Lobos desenvolveu um estilo musical híbrido, dificilmente adjetivado.

O Quarteto de Cordas n.º 5 foi escrito em 1931, no rescaldo da Revolução de 1930, que impediu Villa-Lobos de regressar a Paris, onde residia de forma intermitente desde 1927. Ao longo dos 4 andamentos deste quarteto, uma sucessão imparável de melodias e ostinatos rítmicos sucedem-se, sem qualquer nexo, a não ser a vívida simplicidade e o virtuosismo do contraponto que as rodeia, numa caminhada frenética até ao compasso final.

Figura destacada da sua geração e um dos compositores portugueses de maior renome além-fronteiras, Vasco Mendonça (1977) tem um corpus musical diversificado e, até certo ponto, utópico, numa cacofonia que mergulha o ouvinte numa planície transbordante de imagens criativas, que se complementam e anulam. Um processo criativo baseado na “confusão e dúvida”, segundo o próprio.
Disto é exemplo a obra Caged Symphonies (2008) – Fluxo, Responsório e Mecanism, encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos, estreada a 18 novembro de 2008, no Cine Teatro Constantino Nery, pelo Quarteto de Cordas de Matosinhos.
A um lirismo dramático, que vai surgindo em jeito de responsório, em fluxos sonoros ondulantes, sobrepõe-se ostinatos rítmicos mecânicos e sonoridades difusas, numa simbiose singular.

Obra fulcral do desenvolvimento do género, no contexto da música de câmara, em meados do século XX, o Quarteto de cordas em Fá maior de Maurice Ravel (1875-1937) foi completado em 1903 e dedicado a Gabriel Fauré (1845-1924), o seu mestre de composição no Conservatório Nacional de Paris.
Considerado como a sua 1.ª obra de maturidade, o quarteto viria a ser estreado a 5 de março de 1904, na Sociedade Nacional de Música de Paris, pelo Quarteto Haymann.

Ainda que se pressinta a influência do Quarteto de cordas, op.10, de Claude Debussy (1862-1918), Ravel apresenta texturas musicais mais claras e uma organização formal devedora do Neoclassicismo. O 1.º andamento, em forma sonata, transborda de lirismo, por oposição ao 2.º andamento, evocativo de uma orquestra de gamelan de Java, Indonésia. O 3.º andamento retoma fragmentos do andamento inicial, com um panejamento harmónico diverso, assim como o 4.º andamento, de pulsar vigoroso e turbulento.

Programa

H. Villa Lobos (1887 – 1959)
Quarteto de cordas N.º 5 “Popular”

I. Poco andantino
II. Vivo e energico
III. Andantino - tempo giusto e ben ritmado
IV. Allegro

Vasco Mendonça (n. 1977)
Caged Symphonies

M. Ravel (1875 – 1937)
Quarteto de cordas em Fá maior

I. Allegro moderado - très doux
II. Assez vif - très rythmé
III. Très lent
IV. Vif et agite

 

ENSEMBLE DARCOS

 

Organização: Câmara Municipal de Torres Vedras, Teatro-Cine de Torres Vedras e Darcos -  Associação Cultural.


Atividade Gratuita


Publicado: 24.02.2025 - 15:02 horas
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