Torres Vedras

Jaime Umbelino

08.05.2025

Imagem de Jaime Umbelino

Jaime Jorge Umbelino foi uma das mais proeminentes figuras da vida cultural torriense do século XX.

Nascido na Foz do Arelho a 5 de março de 1916, foi o primogénito de nove irmãos, sendo que passou a residir com a sua família no Concelho com quatro anos de idade.

Formou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na década de 50, após ter passado pelo curso de Direito também na capital, tendo feito estudos superiores enquanto trabalhava na Conservatória do Registo Civil de Torres Vedras. Refira-se igualmente que enquanto aí trabalhava exerceu a função de fiel da Biblioteca Municipal (em 1949 e 1950).    

Foi docente de Português e Francês de 1958 a 1960 no Externato Ramalho Ortigão, nas Caldas da Rainha, e, posteriormente, dedicou-se, por inteiro, à atividade de professor particular (a qual já desempenhava anteriormente), nomeadamente de Português e Latim, lecionando em casa, em lições individuais ou em grupo, onde, como pedagogo de reconhecido valor, instruiu milhares de alunos da região.

Profundo conhecedor da língua portuguesa, foi autor de inúmeros artigos que versaram sobre diversos aspetos da sua língua materna, a maior parte publicados no jornal Badaladas (de que foi fundador). Foi, de resto, vasta a colaboração de Jaime Umbelino na área da comunicação social, sendo a esse propósito de referir o facto de ter também escrito artigos para outros periódicos, como os dois jornais O Torreense, o Jornal do Sport Club União Torreense (de que foi diretor), o jornal Notícias de Torres, o jornal Alta Estremadura, o jornal A Voz do Concelho, o Boletim da Física, o jornal Gazeta das Caldas, o jornal O Carrilhão, o jornal Em FrenteOeste, a revista O Barrete e a revista do Carnaval de Torres Vedras. Colaborou ainda com o site de informação regional OesteDiário.

Com base em escritos de Jaime Umbelino publicados na imprensa, foram editados os livros O Mirante, A Língua Portuguesa, A Quadra Popular no Azulejo e Musa Antiga. Da autoria de Jaime Umbelino são também outras publicações (nomeadamente A Foz do Arelho na Lenda e na História e A literatura nos carnavais de Torres), sendo igualmente de mencionar o facto de ter contribuído com vários trabalhos, para além de alguns já citados, para o conhecimento da História e da Identidade do Concelho.

Referência também para a participação de Jaime Umbelino na vida comunitária torriense, nomeadamente nas esferas cultural (por exemplo, escrevendo textos para as festividades carnavalescas e colaborando com o Clube Artístico e Comercial) e social (desenvolvendo uma intensa atividade em diversas realidades de beneficência, tais como a Sopa dos Pobres, a Colónia Balnear Infantil da Associação de Educação Física e Desportiva e o Patronato dos Presos Pobres).

No ano de 1989 a Câmara Municipal distinguiu-o com a medalha de mérito municipal de grau prata pela relevância da sua atividade profissional e colaborativa.

Jaime Umbelino faleceu em Torres Vedras a 17 de fevereiro de 2007.

Nesse ano a Câmara Municipal lavrou em ata um voto de pesar pelo seu falecimento e atribuiu o seu nome a uma rua situada em Torres Vedras (nas proximidades do Barro).

A sua última residência (um imóvel pombalino situado na Porta da Várzea), na qual vivera durante várias décadas e cujo espólio fora doado à Câmara Municipal, foi adquirida por esta entidade, tendo sido transformada num equipamento cultural municipal, denominado de “Fábrica das Histórias – Casa Jaime Umbelino”.  

Já a casa de férias de Jaime Umbelino, situada na Foz do Arelho, que foi doada em testamento à junta de freguesia local, foi transformada em “casa-museu”.

 

“Resiste a memória do pedagogo exigente, profundo conhecedor da língua portuguesa, do poeta, do prosador, do participante ativo na vida de Torres Vedras, do homem às vezes polémico, de observação mordaz, que cultivava um imenso sentido de humor.”

Última atualização: 08.05.2025 - 13:16 horas
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