O desenho surge como prática performativa e, assim, resposta à sonoridade da música e ao silêncio. O desenho é a extensão de uma dança de braços, ombros, coluna, de todo o corpo de Ana Caetano, em que cada movimento deixa um rastro na folha. Assume-se como um registo concreto de uma ação improvisada. Dia 10 de maio, pelas 18h30, Ana Caetano estará posicionada em frente a uma folha de papel e irá reagir e responder, com riscadores nas duas mãos em simultâneo, às vibrações da música de improviso tocada por Sara Dancer, criando um desenho que passa a fazer parte da exposição. 

A performance será acompanhada pelo desenho de luzes do artista Diogo Barros Pires.

Créditos de imagem: Burry Buermans

DESENHO.MÚSICA.CORPO.

Exposição de Ana Caetano

Curadoria de Rui Guerreiro

6 de abril a 1 de junho 2024 | Sala 3

Ana Caetano de pé, o corpo quase fundido com o papel, riscadores na mão, desenha ligada a uma energia sem nome, a uma força que flui através do som, da composição musical, do silêncio. O ato de desenhar transforma-se em movimento, regressa logo a seguir a ser desenho para mais à frente assumir outras formas. O desenho torna-se músculo, carne nua, dança tribal, grito e suor. O traço segue a música que por sua vez é impulsionada pelo gesto. Quem é o quê e que papel desempenha? Que nome tem este vulcão de riscos? A que assiste o espectador quando presencia o momento do desenho/dança? Será uma performance? Talvez seja uma viagem, talvez seja um momento à procura de um nome para o definir. Sabemos que surge do traço e da música para, através da ação dinâmica da artista, se transformar no tal momento sem nome, uma mistura de que falei no início destas linhas, onde vida, vigor e traço se unem para surpreender quem se questiona. Como surgiram estes desenhos e como foram ali parar? O que estará na origem destas expressões assombrosas e inesperadas? DESENHO.MÚSICA.CORPO. é uma exposição que nos transporta para territórios desconhecidos e surpreendentes, um grito de vida.

Rui Guerreiro

Março, 2024